CEO da Latam: Companhias Aéreas Falharam na Comunicação sobre Bagagem

CEO da Latam critica falha na comunicação sobre tarifas de bagagem. Entenda o impacto da categoria ‘basic’ e o projeto de lei em discussão.
tarifa sem bagagem de mão — foto ilustrativa tarifa sem bagagem de mão — foto ilustrativa

Jerome Cardier, CEO da Latam Brasil, admitiu nesta segunda-feira (20) que as companhias aéreas falharam em explicar adequadamente aos clientes as tarifas oferecidas, especialmente a categoria “basic”, que restringe o transporte de bagagem de mão em voos internacionais. Segundo ele, essa modalidade, apesar de não incluir bagagem de mão (além de um item pessoal de até 10kg), é benéfica para o consumidor brasileiro.

“Infelizmente, acho que não fizemos um bom trabalho em nos comunicar da maneira certa. Temos que deixar claro que não nos esforçamos o suficiente para explicar isso ao cliente. Mas eu espero que o Congresso entenda que isso é bom para o Brasil, é bom para o consumidor brasileiro”, declarou Cardier durante um painel no Alta AGM & Airline Leaders Forum, evento da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta).

Projeto de Lei sobre Bagagem de Mão

A declaração surge em meio a discussões no Congresso Nacional sobre o direito do passageiro de levar bagagem de mão sem custo adicional. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que pautará a urgência do projeto de lei 5041/2025, que visa garantir a gratuidade no transporte de bagagem de mão em voos. Essa iniciativa foi impulsionada por um anúncio da Gol sobre a criação de sua tarifa “basic” para viagens internacionais, que permite apenas um item pessoal (bolsa ou mochila) de até 10 kg na cabine.

CEO da Latam Brasil, Jerome Cardier, em evento da Alta.
Jerome Cardier, CEO da Latam Brasil, em evento da Alta.

Implementação da Tarifa Basic e Contexto Global

A tarifa “basic” da Gol está disponível para voos originados em outros países onde a empresa opera. No Brasil, ela é aplicada apenas na rota Rio de Janeiro (Galeão) para Montevidéu (Uruguai). A Latam já havia incorporado essa categoria em suas opções de tarifa em outubro de 2024, após operar a modalidade em outros países. Cardier ressaltou que a regulamentação incerta no Brasil atrasou a adoção dessa tarifa, comum em companhias internacionais há anos.

“É evidente que isso é algo positivo para o passageiro, porque ele passa a ter Acesso a tarifas mais baixas. Também é claro que isso é bom para o estímulo da demanda, pois, ao reduzir os preços, você incentiva mais pessoas a viajar”, defendeu o executivo. A Azul, por sua vez, não adota a tarifa “basic”.

Perspectiva de Outras Companhias e Regulação

Celso Ferrer, CEO da Gol, argumentou que o Brasil deve acompanhar o ambiente regulatório global. “As empresas estrangeiras já praticam essa tarifa basic no Brasil, voando para mercados brasileiros. As companhias aéreas brasileiras também podem fazer isso. É uma opção. A gente anunciou para alinhar e para ter mais competitividade com essas empresas que já estão fazendo isso no mercado brasileiro.” A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) enviou um ofício às companhias aéreas solicitando esclarecimentos sobre eventuais cobranças em voos internacionais, buscando um equilíbrio entre os direitos dos passageiros e a competitividade do setor.

O projeto 5041/2025 propõe a obrigatoriedade da gratuidade no transporte de bagagem de mão em voos nacionais e internacionais operados por companhias brasileiras ou estrangeiras, quando a viagem incluir trecho em território nacional, dentro dos limites regulamentares da Anac. O jornalista participou do evento a convite da Alta.

Fonte: Folha de S.Paulo

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