Kinea ajusta carteira: Ouro reduzido, Real fortalecido com juros

Kinea Investimentos reduz exposição ao ouro e mantém aposta no real brasileiro, focando no diferencial de juros e na inteligência artificial nos EUA.
Kinea ouro real juros — foto ilustrativa Kinea ouro real juros — foto ilustrativa

A Kinea Investimentos divulgou ajustes em seu portfólio, reduzindo a exposição ao ouro e mantendo uma aposta na valorização do real. A decisão estratégica, detalhada na carta mensal divulgada nesta segunda-feira (3), foi motivada pelo aumento da volatilidade do metal precioso e pelo atrativo diferencial de juros no Brasil.

A gestora explicou que a recente valorização do ouro, impulsionada por cortes de juros nos EUA, déficits fiscais e maior procura de investidores individuais, levou a uma correção tática. “Optamos por reduzir nosso posicionamento em virtude de fortes influxos de pessoa física, que aumentaram substancialmente a volatilidade do metal no curto prazo”, comunicou a Kinea.

A posição comprada em ouro era mantida pela Kinea desde 2022, em resposta a um cenário de juros reais em declínio e incertezas fiscais globais. No entanto, o aumento da especulação recente diminuiu a atratividade do ativo no curto prazo.

Gráfico comparativo de ouro e dólar, indicando o desempenho dos ativos.
Comparativo de ativos: ouro e dólar em análise.

Diferencial de Juros Sustenta o Real Brasileiro

No Mercado doméstico, a Kinea mantém uma visão positiva sobre o real, sustentada pelo expressivo diferencial de juros em comparação com outras moedas emergentes. A gestora projeta estabilidade para a economia brasileira no segundo semestre e antecipa que o Banco Central poderá iniciar um ciclo de cortes na Selic no início de 2026, acompanhando a trajetória de queda da inflação.

“Os indicadores de atividade estão no menor patamar desde a pandemia, e temos visto revisões baixistas nas projeções de inflação mais longas do Focus”, observou a gestora. Com essa perspectiva, a Kinea reforça suas posições na curva de juros e a aposta no real, ancoradas na atratividade das taxas de juros brasileiras.

Redução na Bolsa Brasil e Foco em Tecnologia nos EUA

No segmento de renda variável, a Kinea diminuiu sua exposição ao mercado brasileiro após a recente valorização da Bolsa. Parte desses recursos foi realocada para ações de empresas de tecnologia nos Estados Unidos. A gestora identifica a Inteligência Artificial como principal motor de crescimento econômico americano, impulsionando investimentos em datacenters, semicondutores e infraestrutura energética.

O ciclo de expansão impulsionado pela IA tem sustentado o Produto Interno Bruto (PIB) e o consumo nos EUA, criando um ambiente favorável que combina crescimento de lucros corporativos e a expectativa de queda nos juros. Diante disso, a Kinea mantém uma posição comprada em ações globais, com foco em empresas de tecnologia com forte geração de caixa e exposição ao avanço da Inteligência Artificial.

A Kinea também ressalta que a transformação digital global aumenta a demanda por metais industriais e insumos críticos, como cobre e lítio, fundamentais para a eletrificação e a infraestrutura de IA. A reindustrialização tecnológica, segundo a gestora, também impulsiona o consumo de semicondutores e metais raros, setores influenciados pela disputa geopolítica entre Estados Unidos e China.

Imagem de um ambiente de trabalho moderno com computadores e gráficos financeiros, simbolizando investimentos em tecnologia.
Tecnologia e IA impulsionam mercados globais.

Fonte: InfoMoney

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