Kimberly-Clark compra Kenvue, fabricante do Tylenol, por R$ 261 bi

Kimberly-Clark anuncia compra da Kenvue, fabricante do Tylenol, por R$ 261 bilhões, criando gigante global de bens de saúde. Veja detalhes.
Kimberly-Clark compra Kenvue Tylenol — foto ilustrativa Kimberly-Clark compra Kenvue Tylenol — foto ilustrativa

A Kimberly-Clark anunciou a compra da Kenvue, fabricante do Tylenol, em um acordo avaliado em aproximadamente US$ 48,7 bilhões (cerca de R$ 261 bilhões), combinando dinheiro e ações. A operação visa criar uma gigante global no setor de bens de consumo voltados à saúde.

Com a fusão, os acionistas da Kimberly-Clark deterão cerca de 54% da nova companhia, enquanto os da Kenvue ficarão com aproximadamente 46%, consolidando-se como uma das maiores operações corporativas do ano. O fechamento do negócio está previsto para o segundo semestre de 2025, pendente da aprovação dos acionistas de ambas as empresas.

Kimberly-Clark anuncia compra da Kenvue, fabricante do Tylenol, em negócio de R$ 261 bilhões.
Kimberly-Clark anuncia compra da Kenvue, fabricante do Tylenol, em negócio de R$ 261 bilhões.

Fusão de Marcas Icônicas

A união estratégica colocará marcas mundialmente conhecidas sob o mesmo teto. O enxaguante bucal Listerine e os curativos Band-Aid, da Kenvue, passarão a integrar o portfólio da Kimberly-Clark, que já inclui produtos como o papel higiênico Cottonelle, as fraldas Huggies e os lenços Kleenex. Juntas, as companhias projetam uma Receita anual de US$ 32 bilhões.

A Kenvue teve uma breve existência como empresa independente, tendo sido desmembrada da Johnson & Johnson há dois anos. A separação, anunciada no final de 2021, visava isolar o setor de consumo da J&J, de crescimento mais lento, das divisões de medicamentos e dispositivos médicos. Desde então, a Kenvue tem enfrentado desafios e pressão de investidores ativistas devido ao seu desempenho.

Polêmica com o Tylenol e o Autismo

Recentemente, a Kenvue e seu produto Tylenol (paracetamol) estiveram no centro de alegações sem comprovação científica. O então presidente dos EUA, Donald Trump, e o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., levantaram suspeitas sobre supostas ligações entre o uso do medicamento, vacinas e o transtorno do espectro autista.

Trump chegou a recomendar que mulheres grávidas evitassem o uso do remédio, indo além das sugestões da FDA (agência reguladora dos EUA). A FDA apenas orienta que médicos considerem a redução do uso de paracetamol na gravidez, diante de evidências inconclusivas sobre a relação com o autismo.

Kennedy Jr. reforçou a posição da FDA, afirmando que não há evidências suficientes para associar o medicamento ao autismo. A Kenvue, em comunicado, declarou: “Nada é mais importante para nós do que a saúde e a segurança das pessoas que usam nossos produtos. Acreditamos que a ciência independente e sólida demonstra claramente que o uso de paracetamol não causa autismo. Discordamos veementemente das alegações em contrário e estamos profundamente preocupados com os riscos e a confusão que isso pode causar a gestantes e pais.”

Mudanças na Liderança e Otimização de Custos

Em julho, a Kenvue anunciou a saída de seu CEO, Thibaut Mongon, em meio a uma revisão estratégica e à crescente pressão de investidores. O atual presidente e CEO da Kimberly-Clark, Mike Hsu, assumirá a presidência e o comando da empresa combinada. Três membros do conselho da Kenvue integrarão o conselho da Kimberly-Clark após a conclusão da transação. A sede da nova companhia será em Irving, Texas, com operações relevantes mantidas nas unidades da Kenvue.

As empresas estimam economias de aproximadamente US$ 1,9 bilhão nos três primeiros anos após o negócio, advindas da integração de operações e da redução de Custos inerente à fusão.

Fonte: Estadão

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