Os juros futuros iniciaram o pregão desta quinta-feira em alta, refletindo a influência do movimento nos Treasuries americanos. A postura conservadora do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que não garantiu um novo corte de juros em dezembro, está sendo precificada pelo mercado. Essa dinâmica faz com que as taxas, tanto no Brasil quanto no exterior, repitam o movimento de alta observado no fim da tarde de ontem, indicando um ciclo de flexibilização monetária menos intenso nos Estados Unidos.
Por volta das 9h25, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 avançou de 13,83% para 13,86%. O DI de janeiro de 2029 subiu de 13,12% para 13,17%, e a taxa do DI de janeiro de 2031 registrou alta de 13,42% para 13,47%.
Nos Estados Unidos, a taxa dos títulos do Tesouro de dois anos (T-note) apresentou elevação de 3,604% para 3,620%, enquanto a taxa dos títulos de dez anos avançou de 4,076% para 4,105%. Essa movimentação externa é o principal direcionador dos negócios no mercado de juros.
Fatores Locais Pressionam as Taxas Domésticas
Apesar da forte influência do cenário Internacional, fatores internos também exercem pressão sobre as taxas domésticas. O mercado aguarda a divulgação do Caged de setembro, prevista para as 14h30, que pode trazer novas informações sobre o mercado de trabalho brasileiro. Além disso, há a expectativa de uma oferta robusta de títulos prefixados no leilão do Tesouro Nacional desta quinta-feira. Esse evento pode levar os investidores a adotarem uma postura mais cautelosa no início do pregão.
Expectativas para o Ciclo de Juros
A cautela de Jerome Powell em relação a cortes de juros nos EUA impacta diretamente as projeções globais para a política monetária. Investidores agora avaliam a possibilidade de um ciclo de flexibilização mais lento, o que pode ter implicações para o planejamento econômico de diversos países. No Brasil, a taxa Selic já reflete as incertezas fiscais e a necessidade de controle inflacionário, mas o cenário externo mais restritivo pode adicionar uma camada adicional de complexidade para as decisões futuras do Banco Central.
Fonte: Valor Econômico