Os juros futuros apresentaram uma leve queda, acompanhando o otimismo nos mercados globais após declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. A curva a termo de prazos longos e intermediários foi influenciada por uma postura considerada mais dovish pelo Mercado, sobrepondo-se às tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 recuou de 14,005% para 13,995%. Já o DI de janeiro de 2031 fechou em 13,645%, uma queda em relação aos 13,665% anteriores. Nos EUA, o rendimento da T-note de dois anos caiu para 3,495%, e a de dez anos oscilou em torno de 4,033%.
Tensões Comerciais e a Reação do Mercado
As preocupações com as tensões comerciais EUA-China ressurgiram após declarações do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, indicando fraqueza na economia chinesa. Esses comentários reavivaram temores de uma nova guerra comercial, impactando o humor dos investidores.
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No entanto, declarações posteriores de Jerome Powell mudaram o curso do mercado. A sinalização de que o Fed pode interromper a redução de seu balanço de ativos, injetando liquidez via reinvestimento, trouxe alívio. Analistas como Ian Lyngen e Vail Hartman projetam uma atualização sobre a política do balanço patrimonial para dezembro ou o primeiro trimestre do próximo ano, o que contribuiu para a queda nas taxas dos Treasuries.
Juros Reais e Impacto nos Combustíveis
Enquanto os juros futuros foram guiados pelo cenário externo, os juros reais das NTN-Bs sofreram alta nos vértices de curto prazo. Isso se deve à expectativa de uma possível redução nos preços da gasolina, após a forte queda do petróleo motivada pelo acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A defasagem da gasolina no Brasil em relação ao preço de paridade internacional (PPI) sugere um ajuste iminente nos combustíveis.
Operadores indicam que os investidores estão precificando uma inflação de combustíveis mais baixa no curto prazo. As medidas de inflação implícita do mercado recuaram, com investidores vendendo títulos atrelados à inflação para elevar o juro real e reduzir sua diferença em relação à taxa nominal dos DIs. A taxa da NTN-B com vencimento em agosto de 2026 subiu para 10,24%, e a de maio de 2027 avançou para 8,94%.
O cenário de queda do petróleo e a expectativa de ajuste nos preços de combustíveis no Brasil trazem um novo elemento para a análise da política monetária e seus reflexos na economia.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem acompanhado de perto as discussões sobre a política de preços da Petrobras e seus impactos na inflação.
Fonte: Valor Econômico