Os juros futuros operam em leve queda nesta quinta-feira, refletindo um movimento de ajuste que acompanha o cenário internacional. O câmbio doméstico mais favorável contribui para uma diminuição na volatilidade da curva de juros no Brasil. No entanto, os prazos mais longos da curva ainda sentem o peso dos riscos fiscais persistentes no ambiente econômico.
IBC-Br Mais Fraco que o Esperado Sinaliza Desaceleração
O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) de agosto apresentou um desempenho mais fraco que as projeções, adicionando um elemento de cautela ao Mercado. O indicador, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou uma alta de 0,4% em agosto em comparação com julho. Em julho, o índice havia sofrido uma retração de 0,52% (dado revisado). O resultado de agosto ficou aquém da mediana das expectativas do mercado, que apontavam para uma alta de 0,7%, mas ainda dentro do intervalo de projeções, que variavam entre 0,1% e 1,1%.
Mercado de Juros Futuros em Movimento
Por volta das 9h30 (horário de Brasília), a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 apresentava uma queda, passando de 14,03% para 14,01%. Similarmente, o contrato para janeiro de 2029 recuava de 13,30% para 13,28%, e o contrato para janeiro de 2031 cedia de 13,535% para 13,51%. Essa dinâmica demonstra uma precificação de juros menores no curto e médio prazos.
Influência das Taxas Globais e Riscos Fiscais
No cenário internacional, a taxa dos títulos do Tesouro americano de dez anos (T-note) apresentava uma leve queda, recuando 2,1 pontos-base (0,021 ponto percentual), de 4,033% para 4,012%. Essa queda nas taxas globais de referência corrobora o movimento de alívio observado nos juros futuros domésticos. Contudo, a permanência de preocupações fiscais no Brasil limita um recuo mais acentuado nos prazos mais longos da curva de juros, indicando que o prêmio de risco associado a esses fatores ainda é relevante para os investidores.
Perspectivas para a Economia Brasileira
A análise conjunta dos dados econômicos domésticos e do cenário Internacional é crucial para entender os movimentos do mercado financeiro. O desempenho do IBC-Br sugere um ritmo de atividade econômica que pode influenciar as decisões futuras do Banco Central sobre a taxa Selic. Investidores acompanham de perto tanto os indicadores de atividade quanto as discussões sobre a política fiscal para formar suas expectativas.
Fonte: Valor Econômico