Os juros futuros iniciaram a sessão desta quinta-feira com movimentos tímidos, desconsiderando o avanço nos rendimentos dos Treasuries americanos. O cenário de tensões geopolíticas, com os Estados Unidos impondo sanções à Rússia, impulsionou o preço do petróleo no mercado internacional. No entanto, investidores locais parecem ponderar que essa alta do petróleo pode ser contrabalançada pela valorização do real frente ao dólar. Esse otimismo é reforçado pela defasagem da gasolina brasileira em relação à paridade internacional, mesmo após o recente corte de preços pela Petrobras.
Juros Futuros Reagem com Cautela aos Eventos Globais
Por volta das 9h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 mostrava recuo, saindo de 13,885% para 13,875%. A taxa do DI para janeiro de 2029 operava estável em 13,15%, enquanto o contrato de janeiro de 2031 oscilava ligeiramente de 13,43% para 13,435%. Esses movimentos indicam uma cautela do mercado em precificar grandes oscilações baseadas apenas em fatores externos, priorizando análises sobre a dinâmica econômica doméstica.
Impacto das Sanções dos EUA e o Petróleo
Nos Estados Unidos, a tensão geopolítica refletiu no mercado de títulos. A taxa da T-note de dez anos avançou de 3,951% para 3,990%, e a do T-bond de 30 anos subiu de 4,532% para 4,574%. Esse aumento nos rendimentos americanos geralmente pressiona outras economias a ajustarem suas próprias taxas de juros. Contudo, a expectativa de que a valorização do real possa mitigar o impacto do petróleo mais caro no Brasil tem sido um fator preponderante na interpretação dos investidores.
Cenário Doméstico Pesa nas Decisões de Juros
A análise dos juros futuros demonstra uma clara prioridade dos investidores em indicadores e eventos internos. A capacidade do Banco Central em gerenciar a inflação e manter a estabilidade econômica, mesmo diante de choques externos, é um ponto crucial. A política de preços da Petrobras e a trajetória da Reforma Tributária continuam sendo fatores de atenção, influenciando as expectativas para a taxa Selic e a trajetória futura dos juros no país. A dinâmica entre a política monetária e os eventos globais molda o comportamento dos ativos de renda fixa.
Fonte: Valor Econômico