Powell adia cortes de juros nos EUA; Ibovespa recua, Dólar sobe

Powell adia corte de juros nos EUA, pressionando Ibovespa e fortalecendo o dólar. Entenda o impacto para o mercado brasileiro e os próximos passos.
Gráfico do Índice DXY mostrando a força do dólar americano frente a outras moedas após falas de Jerome Powell sobre juros nos EUA. Gráfico do Índice DXY mostrando a força do dólar americano frente a outras moedas após falas de Jerome Powell sobre juros nos EUA.

As falas do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, nesta quarta-feira, trouxeram volatilidade aos mercados. Powell indicou que um novo corte nas taxas de juros americanas em dezembro não está garantido, levando ativos de risco ao redor do mundo a perderem força. No Brasil, essa mudança de perspectiva se refletiu na valorização dos juros futuros, na reversão da queda do dólar comercial e no recuo do Ibovespa, que se afastou de suas máximas históricas.

Repercussão nos Mercados Internacionais

Os mercados internacionais sentiram o tom mais conservador de Powell. Por volta das 15h55, o rendimento dos títulos do Tesouro americano de dois anos (T-note) subia para 3,586%, próximo das máximas do dia, ante 3,498% no fechamento anterior. Os juros dos títulos de dez anos avançavam para 4,059%, contra 3,980%. O índice DXY, que mede o dólar contra seis moedas fortes, ganhava 0,52%, atingindo 99,25 pontos. Em Wall Street, o Dow Jones registrava queda de 0,21%, enquanto o S&P 500 cedia 0,15%. O Nasdaq, contudo, apresentava alta de 0,27%.

Gráfico do Índice DXY mostrando a força do dólar americano frente a outras moedas.
O índice DXY aponta para um fortalecimento global do dólar após falas de Powell.

Mercado Brasileiro sob Pressão

No Brasil, por volta das 16h05, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2029 subia de 13,075% para 13,11%, e a do DI com vencimento em janeiro de 2031 avançava de 13,36% para 13,41%. O dólar comercial, que operava em queda, apagou os ganhos e registrava leve alta de 0,04%, negociado a R$ 5,3620. O Ibovespa, que atingiu uma máxima intradiária de 149.067 pontos, um novo Recorde histórico, recuou. Ainda assim, o índice mantinha uma forte alta de 0,87%, consolidando-se nos 148.705 pontos, próximo de um novo recorde de fechamento. Ações de grandes bancos, como Itaú Unibanco e Bradesco, apresentavam valorização superior a 2%, figurando entre os destaques positivos do dia.

Contexto e Análises

A declaração de Jerome Powell sugere que o Federal Reserve está em compasso de espera quanto à trajetória futura dos juros nos Estados Unidos. Essa cautela pode indicar que o banco central americano pretende manter as taxas mais elevadas por mais tempo do que o mercado antecipava, a fim de garantir o controle da inflação. A incerteza sobre o próximo movimento do Fed impacta diretamente as decisões de política monetária em outros países, como o Brasil, onde o Banco Central acompanha de perto os indicadores globais e domésticos para definir o rumo da taxa Selic.

Analistas de Mercado apontam que o cenário externo se mostrou menos favorável a ativos de risco em outubro, com um apetite por risco reduzido. A volatilidade observada reflete a sensibilidade dos mercados às sinalizações das principais autoridades monetárias globais. A manutenção de juros altos nos EUA pode atrair capital para o país, exercendo pressão adicional sobre moedas de economias emergentes.

Fonte: Valor Econômico

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