Juros nos EUA: Powell indica novos cortes mesmo com inflação em alta

Jerome Powell, presidente do Fed, indica que novos cortes de juros nos EUA são prováveis em 2025, mesmo com a inflação em alta, visando proteger o emprego.
Juros nos EUA — foto ilustrativa Juros nos EUA — foto ilustrativa

Apesar da recente aceleração da inflação, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizou que ainda há espaço para reduzir os juros nos Estados Unidos ainda este ano. O objetivo é sustentar o mercado de trabalho, que mostra sinais de fraqueza.

Em discurso na Associação Nacional de Economia Empresarial, Powell destacou a necessidade do Fed em reagir à desaceleração da criação de empregos e a outros indicadores de fragilidade no Mercado de trabalho americano. Embora reconheça que a atividade econômica tem se mostrado mais resiliente do que o esperado, ele alertou para um aumento nos riscos negativos para o emprego.

Expectativa de Novos Cortes de Juros

Essa avaliação reforça a expectativa de que o Fed promova novos cortes nas taxas de juros em suas reuniões de outubro e dezembro. Powell admitiu a intenção de continuar a redução dos juros mesmo sem a divulgação completa de todos os dados governamentais. A paralisação orçamentária em Washington tem atrasado a publicação de Estatísticas importantes, como o relatório de empregos de setembro.

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O presidente do Fed ressaltou que, embora a Falta de estatísticas oficiais seja um problema, o Fed dispõe de diversas fontes de informação, incluindo dados públicos, privados e uma rede de contatos que fornecem “informações valiosas”. No entanto, ele frisou que os dados governamentais são o “padrão-ouro” e insubstituíveis para a tomada de decisão.

Desafios para o Fed: Inflação vs. Emprego

A escassez de dados agrava a tarefa do Fed, que enfrenta um dilema: proteger o emprego pode intensificar a inflação, enquanto o controle de preços pode enfraquecer excessivamente a economia. Powell e outros dirigentes do Fed, como John C. Williams, presidente do Fed de Nova York, consideram a alta inflacionária recente como um fenômeno transitório. Eles atribuem parte do aumento a tarifas impostas sobre itens como alimentos e móveis, sem prever efeitos de segunda ordem sobre os preços gerais. No entanto, apontam riscos maiores para o mercado de trabalho.

Alguns formuladores de política monetária expressam maior preocupação com a inflação, especialmente diante de ameaças de novas tarifas sobre produtos chineses por parte do presidente Donald Trump. Essa incerteza pode impactar as decisões futuras do Fed.

Balanço Patrimonial do Fed em Discussão

Além da política de juros, Powell abordou o balanço patrimonial do Fed, que atualmente gira em torno de US$ 7 trilhões. Ele reconheceu que a instituição demorou para encerrar a compra de títulos públicos após a crise da pandemia e defendeu maior agilidade no uso desse instrumento. O Fed vem reduzindo seu balanço de forma cautelosa, enquanto alguns indicadores apontam para um aperto gradual de liquidez no sistema bancário.

Fonte: Estadão

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