A compra de um carro novo no Brasil já ultrapassa os R$ 150 mil, exigindo um planejamento financeiro robusto para quem não possui um veículo para dar de entrada nem deseja recorrer a um financiamento. Uma estratégia de médio prazo, focada em produtos de renda fixa com alta rentabilidade, pode ser a solução. Considerando a taxa Selic em 15% e o IPCA em 5,67%, é possível acumular R$ 180 mil em um período de 5 a 10 anos.
Com base em simulações de aportes em títulos do Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado, um especialista estima que um investimento mensal de aproximadamente R$ 2.100 pode viabilizar a juntada dos R$ 180 mil em cinco anos. Caso o prazo seja estendido para dez anos, o aporte mensal pode reduzir para cerca de R$ 700, considerando uma rentabilidade média de 1% ao mês. Esses valores, após o desconto do Imposto de Renda, permitiriam a compra à vista de veículos com preço médio entre R$ 160 mil e R$ 170 mil.
Para ilustrar, a simulação para atingir R$ 180 mil em 5 anos com aportes mensais de R$ 2.150:
A simulação para atingir R$ 180 mil em 10 anos com aportes mensais de R$ 750:
É importante notar que R$ 180 mil equivalem a 30% do valor de um apartamento de R$ 600 mil. Se as prioridades mudarem, o montante acumulado pode servir como uma excelente entrada para a compra de um imóvel.
Estratégia de Investimento: Tesouro Direto e CDBs
O Tesouro Direto é apresentado como uma base sólida para quem busca segurança e previsibilidade, especialmente em um cenário de juros elevados como o atual. Títulos como o Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado oferecem retornos atrativos, acessibilidade e segurança.
- O Tesouro Selic é ideal para proteger o capital contra a alta dos juros, mantendo um rendimento constante.
 - O Tesouro IPCA+ assegura que o poder de compra do investimento seja preservado contra a inflação, acompanhando o IPCA.
 - O Tesouro Prefixado oferece previsibilidade de ganho e pode ser vantajoso caso as taxas de juros diminuam no futuro.
 
Contudo, concentrar todo o capital apenas em títulos do Tesouro pode não ser a estratégia mais eficiente para objetivos de médio prazo. A recomendação é construir uma carteira diversificada, combinando segurança, liquidez e proteção inflacionária.
Para um equilíbrio ideal entre segurança e rentabilidade, o especialista sugere uma alocação que misture diferentes títulos do Tesouro. Além disso, a inclusão de CDBs de bancos médios, com rendimento superior a 110% do CDI, pode turbinar os ganhos. Os CDBs contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para depósitos de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira, adicionando uma camada de segurança.
Essa combinação resulta em uma carteira adaptada ao cenário econômico, com juros altos e inflação em desaceleração, mas ainda suscetível a oscilações.
Disciplina Financeira e Realismo nos Aportes
O valor a ser investido para alcançar um objetivo como a compra de um carro depende diretamente do prazo definido e da Disciplina financeira do investidor. O especialista recomenda que os gastos totais com parcelas de financiamentos e investimentos não ultrapassem 30% da renda líquida mensal, e que o gasto com o novo veículo não exceda 20% dessa renda.
Para indivíduos com renda líquida de R$ 5 mil, o ideal é poupar cerca de R$ 1.000 por mês. Para aqueles com renda de R$ 10 mil, o valor sobe para R$ 2.000 mensais. A principal orientação é estabelecer um prazo realista e manter a constância nos aportes, ajustando os valores conforme a renda e os objetivos pessoais evoluem. A consistência é a chave para o sucesso do plano financeiro.
Fonte: InfoMoney