JSL: Sampaio assume CEO interino e analistas reagem à saída de Alcaraz

A JSL (JSLG3) anunciou uma mudança de comando em sua Liderança executiva. Ramon Alcaraz deixará o cargo de presidente-executivo (CEO) após quase cinco anos, e Guilherme Sampaio assumirá a posição interinamente a partir de janeiro de 2026. Analistas do Mercado financeiro reagem à decisão, que consideram surpreendente, mas tranquila e bem estruturada, com expectativa de preservação da linha de gestão focada em eficiência e resultados operacionais.

Alcaraz permanecerá na companhia até o final deste ano para garantir uma transição suave. Após esse período, ele continuará como acionista e conselheiro da JSL. Sampaio, atual diretor financeiro (CFO) e de relações com investidores, está na empresa desde 2019 e tem um histórico de coordenação de projetos estratégicos, incluindo a reestruturação corporativa e o novo processo de listagem da JSL e da Simpar em 2020.

Reação do Mercado à Mudança na Liderança da JSL

A XP classificou a troca de comando como uma surpresa para o mercado, mas ressaltou que períodos de cerca de cinco anos são comuns para executivos após aquisições. A instituição financeira aponta que Sampaio desempenhou um papel crucial nas recentes melhorias financeiras e operacionais da empresa, o que deve garantir estabilidade enquanto o conselho avalia novas opções para a liderança permanente.

Confiança na Continuidade da Gestão e Eficiência Operacional

A Genial Investimentos avalia que a sucessão foi cuidadosamente planejada e mantém o alinhamento com a cultura e a estratégia do grupo. Segundo a corretora, Sampaio possui profundo conhecimento das operações da companhia e liderou projetos de integração e tecnologia, especialmente após a aquisição da TruckPad, o que fortalece a Confiança em uma transição sem percalços e com foco contínuo em eficiência.

O Bradesco BBI também considera o processo de troca de comando como tranquilo. Os analistas destacam que Sampaio foi fundamental na recuperação do retorno sobre o capital investido (Roic), elevando-o de 7,1% em 2020 para 14,5% nos últimos doze meses encerrados no segundo trimestre deste ano. Sua atuação também foi crucial no repasse de custos de insumos, resultando em um aumento da margem de Lucro operacional (Ebitda) para 20%, comparado aos cerca de 17% em 2019.

Perspectivas para as Ações da JSL

O JPMorgan manteve sua recomendação de ‘overweight’ (acima da média) para as ações da JSL, com um múltiplo de 3,2 vezes o valor da firma sobre o lucro operacional projetado para 2026 (EV/Ebitda). O banco acredita que a saída de Alcaraz ocorrerá de forma ordenada, com impacto mínimo nas operações, dado que Sampaio possui vasta experiência em iniciativas estratégicas e um conhecimento aprofundado da estrutura do grupo.

Fonte: InfoMoney