O J.P. Morgan anunciou que permitirá a clientes institucionais o uso de seus ativos de bitcoin (BTC) e ether (ETH) como garantia para empréstimos até o final do ano. Este movimento representa um aprofundamento significativo na integração de criptomoedas por Wall Street.
O programa, que será oferecido globalmente, contará com um custodiante terceirizado para a salvaguarda dos tokens utilizados como garantia, segundo informações de pessoas próximas ao assunto. A iniciativa se baseia em uma decisão anterior do JPMorgan de aceitar ETFs vinculados a criptomoedas como garantia.
A expansão evidencia a rápida incorporação das criptomoedas ao sistema financeiro tradicional. Com a valorização do bitcoin neste ano e a flexibilização de obstáculos regulatórios, os principais bancos começam a integrar ativos digitais ao sistema de crédito.
Para o J.P. Morgan, trata-se de uma mudança simbólica e funcional. O banco, cujo CEO Jamie Dimon, anteriormente cético em relação ao bitcoin, chamando-o de “fraude supervalorizada” ou “pedra de estimação”, agora oferece a criptomoeda como garantia de Empréstimo, similar a ações, títulos e ouro.
J.P. Morgan e a Mudança de Postura em Relação às Criptomoedas
Jamie Dimon tem moderado sua postura, embora permaneça cauteloso. Em maio, na conferência de investidores do JPMorgan, ele declarou: “Não acho que deveríamos fumar, mas defendo o seu direito de fumar. Defendo o seu direito de comprar bitcoin, vá em frente.”
Outras Instituições Financeiras Seguindo a Tendência
O J.P. Morgan não é a única instituição de Wall Street a se aprofundar em ativos digitais. A postura favorável às criptomoedas e a consequente flexibilização regulatória têm encorajado os bancos a se sentirem mais confortáveis com os riscos. O Morgan Stanley planeja oferecer Acesso a criptomoedas em sua plataforma de varejo E*Trade a partir do primeiro semestre do próximo ano. Outras empresas como State Street, Bank of New York Mellon e Fidelity também estão expandindo seus serviços, incluindo custódia de criptomoedas.
Impacto Regulatório e de Mercado
Uma mudança regulatória recente permitiu que empresas como a BlackRock aceitassem bitcoin de investidores para convertê-los em participações em fundos negociados em bolsa (ETFs) vinculados ao token. O JPMorgan já havia explorado empréstimos lastreados em bitcoin em 2022, mas o projeto foi arquivado. Desde então, a demanda dos clientes por suporte a criptomoedas em Wall Street disparou, impulsionada pelo crescimento do Mercado e pela flexibilização das regulamentações.
Regras para o setor já estão em vigor em regiões como a União Europeia, Singapura e Emirados Árabes Unidos. Nos Estados Unidos, a legislação para regular a estrutura do mercado de criptomoedas está em tramitação no Congresso. Apesar de uma recente volatilidade, o bitcoin atingiu uma máxima histórica de US$ 126.251 neste mês.
Fonte: Valor Econômico