A possibilidade de o advogado-geral da União, Jorge Messias, ser indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF) surge como uma estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para estreitar laços com o eleitorado evangélico. Aliados de Messias, no entanto, ressaltam que ele seria um jurista ‘republicanamente evangélico’ e ‘terrivelmente democrático’.
A estratégia de aproximação com o eleitorado evangélico
Essa nuance verbal remete à declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021, quando afirmou que escolheria um ministro ‘terrivelmente evangélico’ para a Corte, culminando na nomeação de André Mendonça. O Governo atual tem intensificado medidas para aproximar Lula desse segmento demográfico, que demonstra afinidade com pautas conservadoras. Estratégias incluem entrevistas direcionadas e o uso de redes sociais para combater desinformação e destacar a compatibilidade de valores como família e união com o terceiro mandato do petista.
O Planalto avalia que o cenário eleitoral para 2026 é menos adverso em comparação com 2022, período em que Lula recém-retornava à cena política, sem realizações recentes para apresentar e sob ataque de notícias falsas.
Messias: um nome evangélico para o STF
A indicação de um nome evangélico para o STF reforçaria os acenos de Lula ao segmento religioso, visando a campanha de reeleição em 2026. Interlocutores descrevem Messias como um ‘evangélico raiz’, frequentador assíduo da Igreja Batista desde a infância, que preza pela separação entre religião e política. Ele costuma defender que ‘Jesus Cristo’ retorne ao púlpito, sem manifestações no palanque.
Diálogo com a bancada evangélica
Jorge Messias é considerado uma ponte fundamental entre o governo Lula e a bancada evangélica no Congresso Nacional. Sua atuação busca dialogar não apenas com setores progressistas, mas também com figuras conservadoras, como o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara. A articulação visa construir pontes e mitigar tensões em um cenário político polarizado.
Fonte: Valor Econômico