IR: Senado aprova isenção para até R$ 5 mil; veja o que muda

Senado aprova isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Saiba o que muda na prática, a tributação de alta renda e dividendos.
isenção IR R$ 5 mil — foto ilustrativa isenção IR R$ 5 mil — foto ilustrativa

O Senado aprovou por unanimidade um projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil. O texto, enviado pelo Governo em março, agora aguarda sanção presidencial. Com a ampliação, o número de brasileiros isentos do IR deve subir para cerca de 65% dos declarantes, o que representa um aumento estimado de 10 milhões de contribuintes.

A medida, que já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados, visa beneficiar aproximadamente 16 milhões de pessoas, segundo projeções oficiais. O relator no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), optou por manter a estrutura aprovada na Câmara para agilizar a sanção presidencial, mesmo após Críticas iniciais.

Ampliação da faixa de isenção e desconto escalonado

A principal mudança é o aumento da isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350, o projeto estabelece descontos escalonados, com redução parcial do imposto. Essa faixa de desconto foi ampliada pela Câmara, que alterou o limite proposto originalmente pelo governo (R$ 7 mil).

Quem recebe acima de R$ 7.350 continuará sujeito às regras atuais de tributação progressiva, que pode chegar a 27,5%.

Senado Federal em Brasília, com foco no plenário.
Congresso Nacional: A isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil foi aprovada no Senado.

Compensação fiscal: Imposto mínimo e tributação de dividendos

Para compensar a renúncia fiscal gerada pela ampliação da isenção, o projeto prevê duas medidas principais:

  • Imposto mínimo para alta renda: Será criado um “imposto mínimo” de IR para contribuintes com rendimentos significativos, especialmente aqueles com parcela considerável de rendimentos isentos, como lucros e dividendos. A cobrança será aplicada a quem ganha acima de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil ao ano), com alíquotas graduais que chegam a 10% para quem fatura R$ 100 mil ou mais mensalmente. Cerca de 141 mil contribuintes se enquadram nesta categoria.
  • Tributação sobre dividendos: Uma alíquota fixa de 10% será aplicada sobre dividendos quando o valor recebido exceder R$ 50 mil por mês por empresa. Essa cobrança, feita na fonte, está prevista para começar em 2026. A medida visa mitigar a perda de arrecadação.

Alguns rendimentos, como heranças, poupança, indenizações por doença grave, aposentadorias por invalidez e dividendos de governos estrangeiros, ficarão de fora do cálculo do imposto mínimo.

Impacto nos repasses a Estados e municípios

A ampliação da isenção do IR impactará a arrecadação de Estados e municípios, pois o imposto é uma fonte de repasse para o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O texto prevê um aumento nas Transferências a esses fundos para compensar as perdas e, caso haja sobra de arrecadação, repasses trimestrais adicionais.

Manifestantes em frente ao Congresso Nacional em Brasília.
Protesto em Brasília: Mudanças na tributação do IR afetam diretamente o orçamento dos governos subnacionais.

Projeto paralelo sobre apostas e fintechs

Paralelamente, tramita no Senado uma proposta que visa aumentar a tributação sobre apostas esportivas (“bets”) e fintechs. De autoria de Renan Calheiros, o projeto eleva a alíquota sobre a Receita bruta com apostas (GGR) de 12% para 24% e aumenta a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de fintechs de 9% para 15%. Esta medida é vista como outra alternativa para compensar a renúncia fiscal do governo.

Fonte: InfoMoney

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade