PF: Irmã de rival de Marcola recebeu R$ 120 mil do tráfico internacional

PF aponta que irmã de rival de Marcola, Roberto Soriano (Tiriça), recebeu R$ 120 mil de esquema ligado ao tráfico internacional. Investigações revelam empresas de fachada e lavagem de dinheiro.
Irmã de rival de Marcola R$ 120 mil tráfico internacional — foto ilustrativa Irmã de rival de Marcola R$ 120 mil tráfico internacional — foto ilustrativa

Investigadores da Polícia Federal (PF) descobriram que Patrícia Soriano, irmã de Roberto Soriano, o Tiriça — um dos principais rivais de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, dentro do Primeiro Comando da Capital (PCC) — recebeu R$ 120 mil em transações financeiras ligadas ao tráfico internacional. A operação, batizada de Mafiusi, identificou depósitos e Transferências que apontam para uma rede de lavagem de dinheiro.

Operação Mafiusi desvenda esquema de lavagem de dinheiro

Mensagens extraídas do celular de Klaus Cristhian Volker, apontado como operador do esquema, indicam a ligação direta entre ele, o ex-policial e doleiro Maicon Adriano Vieira Maia, e Patrícia Soriano. As conversas revelam que a irmã de Tiriça estaria envolvida com as empresas Artek Automatização e Refrigeração e Dakor Comércio e Representações de Roupas. Segundo a PF, essas companhias seriam fachadas usadas para lavar dinheiro do tráfico de drogas.

Os repasses foram realizados pela RMD Instituição de Pagamento Ltda, empresa de Maicon, que deixou a corporação em novembro de 2023. As investigações sugerem que ele já operava o esquema enquanto ainda estava na força policial.

Transferências e empresas de fachada

Em dezembro de 2022, Volker e Maicon discutiram o envio de valores para empresas ligadas à irmã de Tiriça. Maicon instruiu Klaus a transferir fundos para a Artek Automatização, e subsequentemente, Klaus indicou a conta bancária de Patrícia Soriano. Foram apresentados dois comprovantes de transferência pela RMD: R$ 80 mil para a Dakor Comércio de Roupas e R$ 40 mil diretamente para a conta de Patrícia.

Patrícia Soriano é viúva de Edmilson de Menezes, o Grilo, ex-líder do PCC que faleceu em outubro de 2024. Grilo mantinha contato com Klaus por meio de seu irmão, Edilson, e também era apontado como sócio de Willian Barile Agati, o ‘Concierge do PCC’, investigado por chefiar o tráfico de drogas no Paraná.

Conexões internacionais e estilo de vida luxuoso

Agati e Grilo teriam se associado a traficantes da Máfia dos Bálcãs e da ‘Ndrangheta, organização criminosa italiana, através de Nicola Assisi e Rocco Morabito. A cocaína era exportada do Brasil para Europa via portos como Paranguá (PR).

Mensagens de julho de 2023 indicam que o irmão de Grilo intermediou a compra de um imóvel em nome do então marido de Patrícia Soriano. Klaus atuou como elo, repassando ordens de um líder do PCC ao advogado responsável pelo contrato.

Em outubro do mesmo ano, Klaus enviou ao irmão de Grilo um documento sobre o arquivamento de uma investigação contra o líder do PCC, celebrando o desfecho.

Histórico de investigações e ostentação

Patrícia Soriano já havia sido mencionada na primeira fase da Operação Mafiusi em março de 2025, que investigou repasses de empresas de transporte público de São Paulo para o PCC. A Movebuss, responsável por cerca de 630 ônibus na capital, teria feito transferências suspeitas. Patrícia supostamente recebeu R$ 227.918,38 da empresa, valores que teriam sido omitidos em suas declarações de renda.

A PF identificou um padrão de vida luxuoso mantido pela família Soriano, evidenciado por publicações em redes sociais que ostentavam viagens internacionais, carros, helicópteros e presentes caros. O delegado Eduardo Verza destacou que as redes sociais das filhas de Patrícia revelaram um alto padrão de vida, com viagens a destinos como Paris, Milão e Veneza, além de eventos exclusivos.

A reportagem buscou contato com as defesas dos citados.

Fonte: Estadão

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