IPCA-15 sobe 0,18% em outubro, abaixo do esperado pelo mercado

IPCA-15 de outubro surpreende e sobe 0,18%, abaixo do esperado. Alimentação em domicílio lidera desaceleração. Veja análises e impactos.
IPCA-15 — foto ilustrativa IPCA-15 — foto ilustrativa

A prévia da inflação oficial do Brasil, o IPCA-15, registrou alta de 0,18% em outubro, um resultado inferior às expectativas do Mercado. A desaceleração foi impulsionada principalmente pela alimentação em domicílio, que apresentou deflação em carnes e recuo em itens in natura. Esse movimento contrabalançou, em parte, os aumentos observados em energia elétrica e serviços.

A média dos núcleos de inflação continua a avançar abaixo do esperado, reforçando a indicação de que o controle inflacionário caminha para um recuo mais consistente. Leonardo Costa, economista do ASA, considera o resultado animador e que indica um alívio nas pressões subjacentes, mas ressalta que parte desse movimento pode ser influenciada por fatores temporários, como Promoções pontuais.

Desinflação Gradual e Expectativas

Apesar dos sinais de descompressão gradual da inflação, o processo ainda está em fase inicial, e a volatilidade pode persistir nos próximos meses, segundo o especialista. Felipe Queiroz, economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), destaca que, no acumulado de 12 meses, é a primeira vez no ano que a inflação fica abaixo de 5%, com expectativa de encerramento em pouco acima do limite de 4,5%.

Queiroz aponta que a queda em alimentos essenciais, como arroz (-1,37%) e ovos (-3%), torna o carrinho de supermercado mais acessível para os consumidores, especialmente para as famílias de menor renda.

Alimentação e Bens Industrializados em Foco

A alimentação em domicílio tem sido um pilar na desaceleração da inflação. A queda em produtos como arroz, leite, ovos e cebola é um alívio significativo no Orçamento familiar. O impacto positivo é notável, com itens básicos mais baratos no supermercado.

Por outro lado, os bens industrializados apresentaram uma surpresa negativa, com quedas em artigos de residência e arrefecimento no setor de serviços. O Departamento de Pesquisas Econômicas do Banco Daycoval observou que, com exceção do etanol, a maioria dos bens industriais teve comportamento benigno, incluindo automóveis usados, eletrodomésticos e artigos de tecnologia.

Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, relaciona a deflação em bens industriais com a forte deflação na China, o que pode ser preocupante para os preços ao consumidor e no atacado.

análise Detalhada dos Componentes:

  • Alimentação e Bebidas: Recuaram -0,02%, com deflação em carnes, arroz e leite, mas altas moderadas em frutas e óleo de soja.
  • Habitação: Alta de +0,16%, com queda de 1,09% na energia elétrica residencial, revertendo parte da alta de setembro.
  • Transportes e Despesas Pessoais: Grupos que mais contribuíram para o resultado, com alta de +0,41% e +0,42%, respectivamente. Impulsionados por combustíveis (+1,16%), especialmente etanol (+3,09%) e gasolina (+0,99%), além de passagens aéreas (+4,39%) e serviços de lazer.

Para Queiroz, a expectativa é de manutenção dessa tendência de queda nos próximos meses, impulsionada pela safra Recorde de grãos e pela valorização do real frente ao dólar. A previsão é de um final de ano com menor impacto no poder de compra do consumidor.

Impacto nas Taxas de Juros e Perspectivas Futuras

Nicolas Gass, head de alocação de investimentos e sócio da GT Capital, acredita que o Banco Central manterá a perspectiva de um primeiro corte de juros no primeiro trimestre do próximo ano. A inflação segue em trajetória de moderação, mas a composição dos preços, especialmente em serviços e itens intensivos em mão de obra, ainda gera preocupação.

Pablo Spyer, conselheiro da Ancord, reforça a necessidade de prudência no combate à inflação, sem relaxar prematuramente as condições monetárias. André Valério, economista sênior do Inter, destaca que o resultado de outubro reafirma a tendência de desinflação, com projeção de que o IPCA encerre 2025 com alta acumulada de 4,7%. Ele também prevê que o Copom só inicie o ciclo de cortes em janeiro, mantendo o aperto monetário para controlar a inflação de serviços e núcleos.

Fonte: InfoMoney

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