Invista em Índices: Diversificação Barata e Simples para Investidores

Especialistas apontam os índices como uma forma barata e simples de diversificar investimentos. Descubra como ETFs e fundos passivos podem otimizar seu portfólio.
investimento via índices — foto ilustrativa investimento via índices — foto ilustrativa

Para investidores iniciantes ou aqueles que buscam rebalancear seus portfólios, investir via índices se apresenta como uma estratégia eficaz e econômica para diversificar ativos. Especialistas destacam que essa modalidade oferece simplicidade e baixo custo.

“Temos assistido uma procura e uma liquidez crescentes desses ativos. Há muitas opções em renda fixa e em renda variável que são bacanas para o investidor que está começando e quer diversificar a sua carteira a custo baixo”, afirma Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.

Um índice funciona como uma carteira teórica de ativos, elaborada por entidades como a B3 e a S&P, com o objetivo de medir o desempenho de diversos segmentos do Mercado financeiro. O Ibovespa, por exemplo, é o índice mais conhecido no Brasil, representando as maiores ações negociadas na bolsa. A participação de cada empresa no índice é ponderada por sua relevância econômica e volume de negociação. Atualmente, a Vale detém a maior fatia, com 12%, seguida pela Petrobras, com 10%.

Gráfico demonstrando a composição do Ibovespa, com participação de empresas como Vale e Petrobras.
A composição dos índices é atualizada periodicamente por profissionais do mercado.

Vantagens da Diversificação via Índices

A diversificação é um dos pilares de uma carteira de investimentos sólida. Danilo Moreno, analista da Investo, ressalta que “há índices com 90, 500 ou 10 mil empresas, a grande vantagem é essa, a diversificação. É uma estratégia interessante”. Essa variedade permite ao investidor mitigar riscos ao não concentrar seu capital em poucos ativos.

A reavaliação periódica dos componentes de um índice — excluindo ativos que não se alinham mais aos objetivos e adicionando novos que ganham relevância — simplifica a gestão para o investidor individual. Nícolas Merola, analista da EQI Research, explica que essa dinâmica contraria a tendência comum de vender ganhos e reter perdas, pois o índice se mantém com os ativos de melhor performance e descarta os de baixo desempenho, o que tende a gerar melhores resultados no longo prazo.

Cotações de ações e fundos em tela de computador, simbolizando o investimento em índices.
Investir em índices é uma forma acessível de diversificar o portfólio.

Instrumentos para Investir em Índices

O investimento em índices pode ser realizado por meio de fundos de investimento e previdências passivos, que geralmente possuem taxas de administração e outros Custos. Uma alternativa mais acessível são os ETFs (Exchange Traded Funds), ou fundos de índice, que são negociados na Bolsa de Valores como ações e apresentam custos menores.

Uma distinção importante entre ETFs e fundos passivos reside na ausência do “come-cotas” nos ETFs, que é a antecipação semestral do Imposto de Renda. Adicionalmente, ETFs não cobram IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em resgates feitos em menos de 30 dias.

Os ETFs replicam fielmente o desempenho do índice ao qual estão atrelados. Por exemplo, o BOVA11 acompanha o Ibovespa, refletindo suas oscilações.

Crescimento dos Índices de Renda Fixa

Com as taxas de juros atrativas da renda fixa, os índices dessa modalidade têm ganhado destaque. Hênio Shciedt, gerente de Produtos na B3, revela que “neste ano, lançamos 12 novos índices, a maioria de renda fixa, em linha com o foco atual dos investidores”.

Um exemplo é o Índice Tesouro Selic (TSLC), lançado em outubro, sendo o primeiro índice da B3 referenciado em títulos públicos. Este índice é acompanhado pelo ETF Nu CDI Tesouro Selic B3 (NCDI11), com taxa de administração de 0,15% ao ano. Anteriormente, desde 2023, já era possível investir em títulos Tesouro Selic via ETFs como o LTFS11, com taxa de 0,19% ao ano.

Considerações sobre Imposto de Renda e Liquidez

Um ponto crucial para ETFs de renda fixa é a variação da alíquota do Imposto de Renda, que depende do prazo médio dos títulos do índice: 25% (até 180 dias), 20% (181 a 720 dias) e 15% (acima de 720 dias). Por exemplo, o LTFS11 tem alíquota de 25% independentemente do prazo de resgate, devido ao prazo médio de seus títulos.

Existem também ETFs de renda fixa com alíquota fixa de 15% de IR, como o B5P211 (ETF It Now IMA-B5 P2), que replica títulos do Tesouro IPCA+ (NTN-Bs). ETFs de renda fixa podem funcionar como uma reserva de caixa, com liquidação em um dia útil, enquanto ETFs de renda variável levam dois dias úteis.

Para garantir a liquidez, é essencial verificar o volume médio de negociação diária do ETF e a presença de formadores de mercado. “Nos índices famosos, há várias opções de ETFs. Então, é preciso se atentar aos custos e à aderência ao índice, comparando se o desempenho de ambos está bem semelhante”, aconselha Merola, da EQI.

Seleção de Índices e ETFs

Moreno, da Investo, sugere o índice FTSE Global All Cap para investidores de longo prazo, pois abrange mais de 9.000 ações globais. No Brasil, o ETF BEST11 foca em ações defensivas como bancos e elétricas, sendo considerado o índice mais defensivo da bolsa brasileira.

No último ano, o índice IMOB, que acompanha o setor imobiliário, liderou os rendimentos com 28%, superando o IMA-S (Tesouro Selic) com 14%. O Ifix tijolo rural, ligado ao agronegócio, também teve bom desempenho, com alta de 25%.

Como Investir em Índices?

A aplicação em índices pode ser feita através da compra de cotas de fundos passivos ou ETFs em sua corretora de investimentos.

Para Quem é Indicado?

Analistas recomendam a exposição a índices para todos os perfis de investidores, desde que a escolha esteja alinhada ao perfil de risco. Investidores conservadores devem evitar índices de renda variável.

Quanto Custa?

As cotas de ETFs e fundos passivos geralmente custam a partir de R$ 100, com taxas de administração médias entre 0,1% e 0,3% ao ano. Fundos passivos estão sujeitos ao “come-cotas” e à tabela regressiva do IR. ETFs de renda variável seguem a mesma tributação de ações (15% ou 20% para Day trade).

Fonte: Folha de S.Paulo

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade