PF Investiga Ex-Assessor de Bolsonaro por Simular Entrada nos EUA

A Polícia Federal solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a abertura de um novo inquérito. O objetivo é investigar se Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do Governo Bolsonaro, simulou uma entrada nos Estados Unidos no final de 2022. A suspeita é que essa ação visava a descredibilização das provas em investigações conduzidas pelo STF.

A prisão preventiva de Filipe Martins foi decretada por Moraes em 2024. A decisão baseou-se em registros de imigração dos EUA que indicavam a entrada do ex-assessor no país com a comitiva de Jair Bolsonaro em 30 de dezembro de 2022, levantando um risco de fuga. No entanto, Martins sempre negou ter ingressado nos EUA na ocasião, afirmando ter permanecido no Brasil.

Dúvida sobre Entrada nos EUA e Estratégia de Descredibilização

Recentemente, o governo de Donald Trump revisou seus registros e concluiu que a entrada de Filipe Martins nos Estados Unidos não ocorreu. Após ser questionada pelo STF, a Polícia Federal sugeriu a abertura desta nova investigação. A corporação aponta que a confusão gerada em torno do assunto pode ser parte de uma estratégia para descredibilizar as investigações, seguindo o padrão de atuação de milícias digitais.

“A rigor, o registro de entrada de FILIPE MARTINS PEREIRA nos Estados Unidos, ainda que em caráter indiciário, revela a possibilidade de que integrantes da organização criminosa, abusando dolosamente das prerrogativas diplomáticas, tenham se utilizado do procedimento migratório diferenciado relacionado a comitivas de chefes de Estado, no qual não há a presença física dos integrantes da comitiva presidencial perante as autoridades migratórias, com a finalidade de simular uma falsa entrada de FILIPE MARTINS em território norte-americano”, detalhou a PF em seu pedido.

Investigação sobre Embaraçamento Processual

De acordo com os investigadores, essa circunstância “tem sido utilizada como prática de novas ações de embaraçamento, tomadas como estratégia para descredibilização das provas e das autoridades que atuaram na persecução penal”. A PF busca esclarecer a veracidade dos fatos e o possível intuito de obstruir a Justiça.

“Diante da impossibilidade de esgotar, no presente ofício, todos os elementos envolvidos, e, ainda, considerando a gravidade dos fatos constatados, a Polícia Federal sugere a Vossa Excelência a instauração de procedimento apuratório específico, com o devido compartilhamento das provas já produzidas”, propôs a PF ao ministro Moraes.

Fonte: InfoMoney