O Ibovespa fechou em leve alta de 0,31% nesta sexta-feira, atingindo 146.172 pontos. A performance foi impulsionada por dados de inflação mais positivos no Brasil e nos Estados Unidos. No entanto, a queda das ações da Petrobras e a cautela com a política fiscal doméstica e o cenário externo limitaram um avanço mais expressivo do índice.
A liquidez permaneceu reduzida, com volume financeiro de R$ 11,4 bilhões, abaixo da média diária de R$ 16,0 bilhões registrada desde o início do ano. Na B3, o giro totalizou R$ 16,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 1,93%.
Alívio inflacionário e Juros no Brasil
O IPCA-15 registrou alta de 0,18% em outubro, um resultado abaixo da mediana das projeções de 0,24%. Segundo Marianna de Oliveira Costa, economista-chefe da Mirae Asset, os dados indicam um viés mais positivo, mas ainda não confirmam uma melhora consistente da inflação, que dependerá de leituras futuras. Ainda assim, os números reforçam apostas em uma antecipação do corte de juros pelo Banco Central.
“O dado dá força para o corte da Selic em janeiro. […] aumenta a probabilidade de corte em janeiro, e não em março, caso essa dinâmica de inflação se mantenha”, explicou a economista.
Entre as maiores altas do dia, CVC ON subiu 5,29%, beneficiada pela queda dos juros futuros, enquanto Eneva ON avançou 4,25%.
Inflação nos EUA e Cenário Global de Cautela
Nos Estados Unidos, o CPI também apresentou uma alta menor que o esperado, subindo 0,3% na margem e 0,2% em seu núcleo. Esses resultados reforçam as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Costa comentou que os dados de inflação, tanto no Brasil quanto nos EUA, vieram um pouco mais positivos, o que poderia provocar uma leve melhora nos mercados. Contudo, o principal fator de atenção global continua sendo o conflito tarifário entre EUA e China. A possibilidade de um encontro entre Donald Trump e Xi Jinping na próxima semana, somada ao rompimento de Trump com o Canadá, adiciona incertezas às negociações.
“[…] a truculência com o Canadá é uma surpresa e lembra o quão imprevisíveis são essas negociações tarifárias com os EUA. Mais um motivo para manter a cautela nesta semana, especialmente porque em novembro passam a valer as tarifas recíprocas sobre a China”, ressaltou a economista.
Desempenho de Petrobras e Bancos
As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras encerraram o pregão em queda, com recuos de 0,72% e 1,16%, respectivamente. Essa desvalorização ocorreu antes da divulgação do relatório de produção da estatal e mesmo com a queda mais amena do petróleo no mercado Internacional.
As ações de bancos apresentaram desempenho misto: Itaú PN (-0,13%), Bradesco PN (+0,56%), BB ON (-0,63%) e units do BTG Pactual (+0,78%).
Na ponta negativa do pregão, Brava ON cedeu 2,72% e Cosan ON caiu 2,60%. A Cosan anunciou o lançamento de uma oferta pública subsequente de ações (follow-on) ordinárias.
Em Nova York, os principais índices fecharam em alta, com o Nasdaq subindo 1,15%, o S&P 500 avançando 0,79% e o Dow Jones com ganho de 1,01%, refletindo a reação dos investidores aos dados de inflação americana.
Fonte: Valor Econômico