O Ibovespa encerrou o pregão em queda de 0,31%, aos 141.708 pontos, refletindo um cenário de mau humor global e a ampliação das perdas de grandes empresas como Petrobras e Vale, além de alguns bancos. O índice chegou a operar em alta, impulsionado pelo resultado do IPCA de setembro, que veio abaixo do esperado, e pela notícia da derrubada da MP 1.303 na Câmara, vista como uma derrota para o Governo e um enfraquecimento do Executivo.
Cenário Global e Perdas em Commodities Influenciam o Mercado
Contudo, o sentimento de aversão ao risco no exterior pesou sobre o desempenho da bolsa brasileira. As ações da Petrobras foram as maiores responsáveis pelas perdas, com as ONs cedendo 1,35% e as PNs recuando 1,44%. A queda nos preços do petróleo, após o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, impactou diretamente os papéis da estatal. As ações da Vale também apresentaram retração, fechando com queda de 0,15%.
Desempenho Misto dos Bancos e Impacto em Wall Street
O setor bancário apresentou um desempenho misto, com o Santander registrando a maior alta do dia (1,32%). No entanto, Itaú PN (-0,16%) e BTG Pactual Units (-0,06%) encerraram o pregão em queda. Em paralelo, os principais índices em Nova York também fecharam no vermelho: o Dow Jones recuou 0,52%, o S&P 500 cedeu 0,28%, e o Nasdaq teve uma leve perda de 0,08%.
Análise do Volume Financeiro e Contexto Político
O volume financeiro negociado na B3 atingiu R$ 13,1 bilhões, totalizando R$ 17,9 bilhões. A instabilidade política, com a derrubada da MP 1.303, intensificou as preocupações dos agentes financeiros sobre a capacidade do governo de aprovar agendas econômicas. Essa percepção de enfraquecimento do Executivo, combinada com o cenário externo adverso, criou um ambiente propício à realização de lucros e à cautela por parte dos investidores.
A análise do mercado sugere que a volatilidade tende a persistir enquanto não houver maior clareza sobre a condução da política econômica e a capacidade de articulação do governo com o Congresso Nacional. A repercussão de indicadores econômicos, tanto internos quanto externos, continuará sendo um fator determinante para os movimentos futuros do Ibovespa.
Fonte: Valor Econômico