Haddad cancela viagem ao exterior após derrota do governo no Congresso

Fernando Haddad cancela viagem aos EUA após derrota do governo com derrubada de MP. Ministro busca alternativas fiscais para compensar perda de arrecadação.
Fernando Haddad cancela viagem — foto ilustrativa Fernando Haddad cancela viagem — foto ilustrativa

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua viagem a Washington para as reuniões anuais do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). A decisão ocorreu após uma derrota significativa do governo Lula no Congresso Nacional, com a derrubada da Medida Provisória (MP) que visava compensar a alta do IOF. Haddad permanecerá no Brasil para lidar com as consequências fiscais e políticas dessa decisão.

A secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda, Tatiana Rosito, representará o ministro nos encontros que ocorrem entre 13 e 16 de outubro, além de participar da programação financeira do G20. A pasta informou que Haddad cumprirá agendas oficiais no país.

Compensação e Aumento do IOF em Pauta

Em declarações à imprensa, Fernando Haddad afirmou que medidas para compensar a frustração de arrecadação com a derrubada da MP seriam apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele ressaltou que o presidente não abrirá mão de programas sociais, mesmo com a necessidade de manter a responsabilidade fiscal. O Governo avalia a possibilidade de aumentar novamente as alíquotas do IOF como uma das alternativas para reequilibrar as contas.

A MP derrubada tinha como objetivo arrecadar R$ 20,9 bilhões a mais em 2026, valor que já havia sido incluído no projeto de Orçamento do próximo ano. A perda dessa Receita e de cerca de R$ 15 bilhões em economia de despesas pode criar um “buraco” de aproximadamente R$ 35 bilhões no Orçamento de 2025, exigindo uma reformulação significativa do plano fiscal.

Críticas ao Congresso e ao Lobby

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Fernando Haddad classificou a derrubada da MP pelo Congresso como resultado da Vitória do “lobby dos privilegiados”. Segundo o ministro, a medida tinha como propósito garantir investimentos em saúde, educação e Previdência, cobrando um imposto mínimo de bilionários, bancos e apostas. Ele argumentou que a proposta era “simples e justa: proteger os direitos daqueles que ganham menos cobrando a justa parte dos que ganham muito e não pagam quase nada”.

Haddad acusou parlamentares de terem escolhido “blindar os mesmos amigos de sempre e forçar cortes contra aqueles que mais precisam do Estado”, além de “sabotar o equilíbrio fiscal e o povo para tentar prejudicar o governo Lula”. Em tom eleitoral, o ministro declarou que o povo “mostrará sua força e dará um basta”, reforçando o compromisso do governo em “incluir o pobre no Orçamento e o rico no imposto de renda”.

Defesa dos Direitos e Combate aos Privilégios

O ministro da Fazenda assegurou que o futuro do país não será “sacrificado num tabuleiro de interesses menores”. Apesar da queda da MP, Haddad afirmou que o governo seguirá firme ao lado do povo brasileiro, defendendo seus direitos e enfrentando “todo e qualquer privilégio que os ameace”. Ele convocou a população a ajudar a disseminar essa mensagem.

A desistência da viagem de Fernando Haddad a Washington evidencia a gravidade da situação fiscal e a pressão política enfrentada pelo governo após a derrota na Câmara. A busca por alternativas para recompor as contas públicas e garantir a sustentabilidade dos programas sociais torna-se a prioridade máxima para a equipe econômica.

Fonte: Estadão

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