Guerra Comercial EUA x China: Trump eleva tarifas e abala mercados

Trump anuncia tarifa de 100% sobre produtos chineses, somando-se às já existentes. A guerra comercial EUA x China volta a abalar os mercados globais.
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FILE PHOTO: U.S. President Donald Trump attends a bilateral meeting with Chinese President Xi Jinping during a G20 leaders summit in Osaka, Japan, June 29, 2019. REUTERS/Kevin Lamarque/File Photo

Os mercados globais sofreram uma forte queda após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma nova tarifa de 100% sobre produtos chineses. Essa medida se somará aos 30% já em vigor e tem previsão para iniciar em 1º de novembro, marcando um ressurgimento da guerra comercial que havia se acalmado desde maio.

A decisão de Trump foi uma resposta direta às restrições impostas pela China sobre a exportação de terras raras. Esses minerais são essenciais para as indústrias de tecnologia e Defesa. Em retaliação, Trump também cancelou um encontro previsto com o presidente chinês Xi Jinping e anunciou novos controles de exportação para softwares críticos.

Impacto nos Mercados Globais

O aumento da tensão entre as duas maiores economias do mundo gerou um clima de incerteza generalizada. Nos Estados Unidos, os principais índices da bolsa de valores registraram fortes perdas: o Dow Jones recuou 1,9%, o S&P 500 caiu 2,7% e o Nasdaq perdeu 3,5%. A desvalorização acumulada chegou a US$ 2 trilhões no Mercado acionário americano.

O dólar e os rendimentos dos títulos do Tesouro americano também apresentaram queda, pois investidores buscaram ativos de refúgio como ouro e prata.

Contexto da Disputa Comercial EUA-China

A disputa comercial entre Estados Unidos e China é um conflito em andamento desde 2018, quando Trump implementou tarifas para pressionar Pequim a reduzir subsídios e abrir seu mercado. Após um período de escalada, um entendimento parcial foi alcançado em 2024, com redução de tarifas e retomada de diálogos. Contudo, a situação deteriorou-se novamente neste ano.

O gatilho mais recente foi a decisão da China de limitar exportações de terras raras, alegando razões de segurança nacional. Em Washington, essa ação foi vista como uma retaliação às restrições tecnológicas que os EUA impuseram a empresas chinesas de semicondutores e Inteligência Artificial.

O New York Times destacou que a divergência fundamental entre os países reside em suas visões: os EUA buscam equilíbrio comercial e proteção da indústria local, enquanto a China percebe as ações americanas como um esforço para conter seu avanço tecnológico e político.

Análises de Especialistas e Perspectivas

Analistas de grandes instituições financeiras avaliaram o cenário. O JPMorgan observou que a nova Rodada de tarifas causou uma correção significativa em ativos de risco, frustrando as expectativas de uma trégua comercial. O banco também apontou para o contexto doméstico dos EUA, com um shutdown parcial e impasses orçamentários, exacerbando a incerteza e limitando a resposta política.

O Goldman Sachs previu que a escalada tarifária pode aumentar a volatilidade nos mercados de juros e afetar estratégias de investimento. A instituição recomendou a consideração de posições de proteção no médio prazo, especialmente devido à falta de dados econômicos oficiais durante a paralisação do governo americano.

O Morgan Stanley classificou a reação de Trump como um choque inesperado. Segundo Stephen Byrd, da mesa de estratégias temáticas, a questão da segurança nacional continuará a ser um pilar central da política econômica dos EUA, influenciando decisões sobre tecnologia, comércio e investimentos no próximo ano.

Implicações Econômicas e para Investidores

As novas tarifas impostas pelos EUA reforçam o risco de reversão no comércio global, com potencial impacto em diversas cadeias produtivas, notadamente no setor de tecnologia, que depende de insumos chineses. O aumento dos custos para empresas americanas pode se refletir em preços mais altos para os consumidores e dificultar o controle da inflação. Uma retaliação por parte da China poderia afetar exportadores agrícolas e industriais dos EUA.

Para os investidores, a principal mensagem é que a disputa entre EUA e China permanece como um dos maiores fatores de risco para a economia mundial, com efeitos sentidos também no Brasil.

Fonte: InfoMoney

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