O presidente Lula expressa receio de novas Derrotas no Congresso Nacional após um revés recente relacionado à Medida Provisória que propunha um aumento de impostos. Diante desse cenário, o governo busca fortalecer sua posição no Senado Federal, visando transformá-lo em um “ponto de resistência” estratégico dentro do Legislativo.

Cenário desafiador na Câmara dos Deputados
Líderes governistas apontam que a conjuntura na Câmara dos Deputados se tornou complexa, exigindo atenção redobrada ao Senado. Um interlocutor do presidente Lula comentou: “Ainda não tivemos tempo para reverter o clima ruim na Câmara, a situação ficou complicada com o Centrão aproveitando para tentar fragilizar o presidente na véspera do ano eleitoral. Por isso, é importante cuidar bem do Senado e transformá-lo num ponto de resistência”.

Teste iminente na Lei de Diretrizes Orçamentárias
O Governo enfrentará um novo desafio nesta semana com a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026, agendada para quinta-feira (16). Líderes da base aliada temem que novas derrotas possam engessar a liberação de emendas parlamentares, um instrumento crucial para a governabilidade. O Centrão pressiona pela definição de um cronograma para liberar e pagar a maior parte dessas emendas até junho, prazo limite antes das eleições.
Busca por flexibilidade fiscal e a indicação para o STF
Adicionalmente, o governo busca autorização legal para contestar uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) e ter margem para operar dentro do teto da banda da meta fiscal, o que implica um Déficit de 0,25% do PIB em 2026. Interlocutores de Lula indicam que há um risco real de o governo perder definitivamente sua maioria na Câmara, o que intensificaria novas derrotas futuras.
Diante desse quadro, analistas sugerem que o presidente Lula poderia utilizar a iminente indicação do substituto de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) para consolidar seu apoio no Senado. A escolha para a vaga no STF, assim como ocorreu com Flavio Dino, gera especulações sobre diversos nomes. Internamente, no Palácio do Planalto, Jorge Messias, atual advogado-geral da União e preferido do PT, e o senador Rodrigo Pacheco (União-AP), com apoio de ministros do STF como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, são considerados os mais viáveis.
Embora a preferência pessoal de Lula seja por Jorge Messias, a avaliação de aliados é que considerar a dinâmica política no Congresso, especialmente no Senado, seria fundamental para garantir uma atuação mais tranquila do governo.
Fonte: G1