Gastos Fiscais Preocupam: XP Alerta para Juros Mais Altos em 2026

Gastos fiscais em ano eleitoral podem impedir o BC de cortar juros em 2026, alerta Fernando Ferreira, da XP. Entenda os riscos para investidores.
gastos fiscais — foto ilustrativa gastos fiscais — foto ilustrativa

Gastos fiscais em ano eleitoral e o impacto da inflação podem reverter o consenso de Mercado que projeta queda de juros em 2026. Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head do Research da XP, alertou que a trajetória atual pode “amarrar as mãos do Banco Central (BC)”, impedindo cortes esperados.

Segundo Ferreira, o Brasil experimenta uma “onda” que impulsionou ativos, com o mercado “passando por cima” das fragilidades nas contas públicas. A XP projeta que os juros fechem 2026 em 12%, um cenário que se tornaria arriscado se os cortes forem menores que o antecipado.

O risco não é apenas doméstico. A possibilidade de o Federal Reserve (FED), o Banco Central dos EUA, também adiar o corte de juros pode agravar o impacto na economia nacional.

Publicidade

Desafios para o Banco Central em 2026

Reinaldo Le Grazie, ex-diretor de política monetária do BC, classificou 2026 como um “pesadelo” para a autoridade monetária. Ele destacou que a queda da inflação observada neste ano se deve, em parte, a fatores externos, como a desvalorização do dólar. Para o próximo ano, a expectativa é de um cenário mais desafiador.

“O ano que vem será um pesadelo para o BC. O que arrastou a inflação deste ano foi o câmbio. Para o ano que vem, se imaginarmos que o dólar vai a R$ 5,40, será que desvaloriza mais? Se a economia americana não desacelerar, ele não desvaloriza”, afirmou Le Grazie durante o evento Global Voices da CNC, em São Paulo.

Impacto Eleitoral nas Contas Públicas

Gabriel Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, previu um “legado horrível” para o Brasil após as eleições de 2026. Ele criticou a estratégia governamental de priorizar o aumento da arrecadação em detrimento do corte de gastos para equilibrar as contas públicas.

Barros defende que a prioridade deveria ser o corte de despesas, seguido pela reavaliação de benefícios fiscais. “A agenda é correta, mas como ela vem com uma estratégia unilateral [elevar a arrecadação], e não tem nada pelo lado do gasto, você cria um problema de condução de estratégia”, explicou. A “Fadiga no processo político” é um risco adicional dessa abordagem.

Fonte: InfoMoney

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade