João Luiz Fukunaga apresentou sua renúncia ao cargo de presidente da Previ, o maior fundo de pensão do Brasil e o fundo de funcionários do Banco do Brasil (BBAS3). A decisão foi comunicada ao Conselho Deliberativo do órgão nesta sexta-feira.

Renúncia Após Desgastes e Auditoria do TCU
A saída de Fukunaga ocorre após meses de tensões internas, intensificadas em abril deste ano. Naquele mês, a Previ se tornou alvo de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). A investigação foi motivada por um Déficit de R$ 17,4 bilhões registrado no Plano 1, o principal fundo da entidade, em 2024. Este resultado contrastou com o superávit de R$ 9,8 bilhões observado em 2023.
A administração da Previ atribuiu o déficit à desvalorização de ativos no mercado financeiro. É importante notar que um déficit em fundos de previdência não se configura como prejuízo financeiro direto, mas sim como um desequilíbrio Técnico. Esse cálculo considera as projeções de gastos futuros com benefícios em relação ao valor e ao retorno dos investimentos realizados.
Novo Destino Profissional e Sucessão
Em comunicado oficial, a Previ informou que Fukunaga deixará o cargo para assumir a Diretoria de Relações Governamentais e ASG (Ambiental, Social e Governança) da EloPar, uma holding criada em 2015 para impulsionar o desenvolvimento das empresas do grupo.
Para o posto de presidente da Previ, o Banco do Brasil, patrocinador da entidade, indicou Márcio Chiumento, que atualmente ocupa a posição de diretor de Participações. Chiumento, funcionário de carreira do Banco do Brasil desde 2000, é graduado em Direito, mestre em Gestão e Inovação, e possui um MBA em Negócios Financeiros pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Mudança na Diretoria de Participações
Com a ascensão de Márcio Chiumento à presidência, Adriana Chagastelles será a nova Diretora de Participações. Funcionária de carreira do Banco do Brasil e associada do Plano 1, Chagastelles tem uma longa trajetória na Previ, com quase três décadas de atuação. Sua indicação pelo patrocinador a torna a primeira mulher a ocupar um cargo de direção na entidade e também a primeira colaboradora da Previ a atingir tal posição por indicação do Banco do Brasil.
A mudança na liderança da Previ ocorre em um momento de atenção para o setor de fundos de pensão, onde a gestão de ativos e o equilíbrio técnico dos planos são cruciais para a sustentabilidade a longo prazo. A transição busca trazer nova dinâmica à gestão do fundo.
Fonte: InfoMoney