O presidente da Previ, João Luiz Fukunaga, apresentou sua renúncia ao cargo nesta sexta-feira, em reunião do Conselho Deliberativo do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. A decisão marca o fim de um período de desgaste para Fukunaga, que liderava a entidade há pouco mais de dois anos.
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Márcio Chiumento Assume a Liderança da Previ
Em seu lugar, assume Márcio Chiumento, atual diretor de participações da entidade. Fukunaga, por sua vez, passará a integrar a Diretoria de Relações Governamentais e ASG da EloPar, holding formada pelos bancos Bradesco e Banco do Brasil. A Previ, que ostenta o título de maior fundo de pensão do país, gerencia um patrimônio superior a R$ 270 bilhões.
Contexto da Renúncia: Crise com o TCU e Queda de Rentabilidade
O período de Fukunaga na presidência da Previ foi marcado por um crescente desgaste, especialmente a partir de abril, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) anunciou uma auditoria nas contas do fundo. A investigação se deu em decorrência de um Déficit registrado em 2024, que, embora já revertido, levantou preocupações.
O relator do processo no TCU, ministro Walton Alencar Rodrigues, apontou supostos “indícios de irregularidades” devido à drástica queda na rentabilidade do Plano 1, o maior e mais antigo da fundação, que abrange R$ 233 bilhões em investimentos e 106 mil associados. Este plano encerrou 2024 com um déficit de R$ 3,16 bilhões.
Recuperação do Plano 1 e Estratégia de Investimentos
Apesar dos desafios, o Plano 1 da Previ demonstrou resiliência, saindo do vermelho e apresentando um superávit acumulado de R$ 1,48 bilhão até agosto deste ano. Fukunaga, em sua Defesa anterior, enfatizou que “nunca houve rombo de qualquer tipo, os resultados negativos em 2024 foram conjunturais. Nossos investimentos são feitos sempre de forma técnica e criteriosa”.
A fundação atribui o desempenho positivo recente às oscilações de Mercado de ativos importantes, como Vale e títulos públicos federais, que são marcados a mercado e acompanham a variação diária. Para “imunizar” a carteira do Plano 1, especialmente para os associados em fase de recebimento de benefícios, a Previ realocou cerca de R$ 7 bilhões em ações e imóveis até agosto, investindo em títulos públicos indexados à inflação (NTN-Bs) com taxa média de IPCA mais 7,35% ao ano. Desde 2023, a alocação em renda variável caiu de 32% para 18%, totalizando R$ 30 bilhões migrados para a renda fixa.
Histórico de Fukunaga e Renovação no Banco do Brasil
A escolha de Fukunaga em 2023 pela então presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, foi cercada de controvérsias devido ao seu histórico como sindicalista. Formado em História, Fukunaga é funcionário do BB desde 2008 e teve forte atuação em sindicatos, sendo o primeiro sindicalista a chefiar a Previ desde 2010. Seu mandato original se estenderia até maio de 2026.
A renúncia de Fukunaga ocorre em um momento de ampla Renovação na cúpula do conglomerado do Banco do Brasil. Recentemente, Tarciana Medeiros promoveu mudanças na BB Asset, BB Seguridade, Brasilseg e BB Americas, indicando novos executivos para posições de liderança.
Trajetória de Márcio Chiumento e Nova Diretoria na Previ
O novo presidente, Márcio Chiumento, é formado em Direito e funcionário de carreira do Banco do Brasil desde 2000. Ao longo de sua trajetória, Chiumento liderou áreas estratégicas como Clientes, Estratégia e Produtos no segmento Setor Público, atuou como ouvidor-geral e integra os conselhos de Administração da Neoenergia e da Tupy.
Na Diretoria de Participações, Adriana Chagastelles assumirá, sendo a primeira mulher indicada pelo banco para um cargo executivo neste nível. Funcionária de carreira do BB há quase 30 anos, Chagastelles trabalha na Previ há um longo período.
Fonte: Valor Econômico