Fraude INSS: Alvo da PF movimentou R$ 175 milhões e comprou 14 carros de luxo

Empresário investigado por fraudes no INSS movimentou R$ 175 milhões e financiou 14 carros de luxo, aponta relatório do Coaf.
Fraude no INSS — foto ilustrativa Fraude no INSS — foto ilustrativa

Um empresário investigado pela Polícia Federal (PF) por supostas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) movimentou R$ 175 milhões em um período de dois anos e meio. O montante, que inclui o financiamento de 14 carros de luxo, levanta suspeitas de Transferências incompatíveis com seu patrimônio e possível sonegação fiscal. Essas informações foram detalhadas em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), encaminhado à CPI do INSS.

O empresário, Fernando Cavalcanti, negou irregularidades em depoimento anterior à CPI, afirmando que sua atuação sempre foi de gestor e que os pagamentos recebidos eram compatíveis com suas atividades empresariais. Cavalcanti também teve bens apreendidos pela PF, incluindo uma réplica de carro de Fórmula 1 e relógios de alto valor.

Financiamento de Veículos de Luxo e Movimentação Financeira

O relatório do Coaf indicou que Fernando Cavalcanti financiou pelo menos 14 Carros de luxo, com valores de mercado superiores a R$ 200 mil, em um intervalo de cinco meses desde 2023. A formalização do financiamento para seis desses veículos ocorreu em junho e julho de 2024, o que chamou a atenção do órgão de combate à lavagem de dinheiro.

O documento do Coaf também apontou operações suspeitas em sete contas bancárias de Cavalcanti, citando trechos sobre “operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício para burla da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais”. Além disso, foi observada a rápida movimentação de quantias recebidas, com “imediato débito dos valores” sem justificativa aparente.

Análise de Movimentação em Conta Bancária

Em um período de apenas um ano, o empresário movimentou R$ 79,7 milhões em uma conta bancária específica. O Coaf suspeita de movimentação de recursos de terceiros para fins de sonegação fiscal, ressaltando que a movimentação era “incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente”.

Doação de Fusca a Governador do DF

Em abril passado, enquanto era sócio e vice-presidente do escritório de advocacia Nelson Willians, Cavalcanti presenteou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), com um Fusca de coleção avaliado em R$ 70 mil. Na época, o escritório de advocacia já possuía contrato com o BRB, banco estatal. O empresário declarou em depoimento à CPI que Ibaneis Rocha é um amigo e um excelente gestor, e que sentiu prazer em fazer a doação.

Recentemente, o deputado distrital Gabriel Magno (PT) solicitou ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que investigue a doação, buscando apurar possíveis irregularidades na transação.

Fonte: Estadão

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