A CPMI do INSS ouve nesta quinta-feira (16) Cícero Marcelino, apontado como assessor do presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer).

A entidade é investigada pela Polícia Federal (PF) e pela CPMI por suposto envolvimento em descontos indevidos de benefícios do INSS para entidades associativas. Relatórios de inteligência financeira da Conafer enviados à comissão indicam que 76% das verbas recebidas entre julho de 2022 e maio de 2024, pagas pela Previdência Social, foram transferidas para empresas de pessoas ligadas ao presidente, Carlos Roberto Ferreira Lopes.

Transações Atípicas sob Investigação
De um total de R$ 376,5 milhões repassados pelo INSS à Conafer no período, R$ 284,5 milhões chegaram aos cofres de empresas de Cícero Marcelino, sua esposa e um outro sócio, identificado como contador da entidade. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) classificaram algumas dessas Transferências como “atípicas”, destacando “características incomuns em suas transações” e o “recebimento dos recursos públicos com imediato uso para o envio de transferências pulverizadas em benefício de terceiros diversos”.
Empresas Vinculadas a Benefícios Sociais
Um levantamento identificou que parte das empresas que receberam os valores foram, posteriormente, transferidas por Marcelino e sua esposa para novos sócios. Estes novos sócios teriam recebido auxílios sociais, como o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19 e o Bolsa Família. A CPMI busca esclarecer a fundo essas movimentações financeiras para identificar a extensão da fraude e os responsáveis pelos descontos indevidos na Aposentadoria de segurados do INSS.
O caso levanta sérias questões sobre a fiscalização de entidades associativas e o uso de recursos públicos. A investigação segue em andamento, com o objetivo de recuperar os valores desviados e garantir a segurança dos benefícios previdenciários.
Fonte: G1