Uma grande operação policial desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), resultando na interdição de 49 postos de combustíveis no Piauí, Maranhão e Tocantins. A investigação aponta que o esquema movimentou cerca de R$ 5 bilhões, em uma ação similar à Operação Carbono Oculto, considerada a maior contra o crime organizado no país.
A Polícia Civil do Piauí liderou a operação, denominada Carbono Oculto 68, que visa desmantelar a rede de postos suspeita de servir como fachada para a facção criminosa. A forma de operação incluiu o uso de “laranjas”, constituição de fundos e movimentações financeiras via fintechs para ocultar a origem dos recursos, um padrão já observado em operações anteriores.
Braço do PCC e Lavagem de Dinheiro
A investigação revelou que os postos sob suspeita não apenas operavam em um esquema de fraude fiscal, que teria deixado de arrecadar milhões em impostos, mas também vendiam combustível adulterado. Para dificultar o rastreamento, os criminosos utilizavam nomes de terceiros e criaram holdings e fundos de investimento para mascarar os verdadeiros beneficiários.
A deflagração desta operação teve início após a identificação da venda da rede HD, com dezenas de postos nos três estados, para a empresa Pima Energia e Participações. A constatação crucial foi que a compradora foi constituída apenas seis dias antes da transação, levantando suspeitas imediatas de lavagem de dinheiro.
Investigações subsequentes detectaram remessas de valores significativos, como mais de R$ 700 mil de um dos suspeitos para uma empresa já associada ao PCC na Operação Carbono Oculto. Há fortes indícios de fraude fiscal e emissão de notas fiscais falsas pelo grupo, bem como o uso de estruturas financeiras complexas para ocultar o patrimônio.
Impacto e Próximos Passos
A operação resultou não apenas no fechamento dos postos, mas também no cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços de indivíduos e empresas supostamente envolvidos no esquema. A descoberta aponta para um braço financeiro significativo do PCC no Nordeste, utilizando o setor de combustíveis para suas atividades ilícitas.
As autoridades buscam agora aprofundar a investigação para identificar todos os envolvidos e recuperar os ativos desviados. A suspeita de venda de combustível adulterado também levanta preocupações sobre a segurança dos consumidores na região.
Fonte: G1