O Fundo Monetário Internacional (FMI) ajustou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, elevando a expectativa de crescimento para 2025, mas revisando para baixo a previsão para 2026. Essa mudança ocorre em resposta à nova política de taxação dos Estados Unidos, que impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, impactando significativamente as exportações do país.
Projeções Econômicas para o Brasil
A nova estimativa do FMI para o PIB brasileiro em 2025 é de um crescimento de 2,4%, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação à projeção anterior divulgada em julho. No entanto, para 2026, o último ano do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a perspectiva foi reduzida para uma alta de 1,9%, 0,2 ponto percentual a menos que o cenário anterior. Essas atualizações foram detalhadas no relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO).
O documento do FMI justifica a revisão para baixo em 2026 citando a “maior taxa tarifária sobre as exportações do País para os Estados Unidos”. O fundo também observa que sinais de moderação econômica já são visíveis no Brasil, influenciados por políticas monetárias e fiscais restritivas. Apesar da revisão positiva para 2025, o crescimento projetado para o Brasil ainda fica abaixo do ritmo esperado para mercados emergentes e em desenvolvimento globalmente, que o FMI estima em 4,2% para 2025 e 4,0% para 2026. Contudo, no contexto da América Latina e Caribe, o Brasil deve liderar a expansão regional.
Inflação e Desemprego no Brasil
Em relação à inflação ao consumidor, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o FMI elevou suas projeções. A expectativa é que o IPCA acelere para 5,2% neste ano, comparado a 4,4% em 2024. Para 2026, a previsão é de uma desaceleração para 4,0%. Segundo o FMI, essa elevação reflete a estabilização das expectativas inflacionárias acima da meta estabelecida pelo Banco Central, diante dos desafios fiscais. Um ponto positivo esperado é o alívio da recente apreciação da moeda brasileira, prevista para ocorrer entre o final de 2025 e 2026.
O FMI também projeta um leve aumento na taxa de desemprego no Brasil. A expectativa é que o indicador suba para 7,1% em 2025, ante 6,9% registrados em 2024. Para 2026, o desemprego no país é estimado em 7,3%.
Fonte: Estadão