FMI eleva projeção do PIB do Brasil em 2025, mas alerta para desaceleração

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025, mas alertou para uma desaceleração mais acentuada em 2026. O relatório divulgado nesta terça-feira cita o impacto de tarifas impostas pelos Estados Unidos e sinais de moderação na atividade econômica.

Projeção de Crescimento para o Brasil

O FMI agora prevê uma expansão de 2,4% para o PIB brasileiro em 2025, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação à estimativa anterior. No entanto, para 2026, a perspectiva foi reduzida em 0,2 ponto percentual, para 1,9%. Segundo o FMI, “No Brasil, sinais de moderação estão aparecendo em meio às políticas monetária e fiscal apertadas”.

A projeção do FMI para este ano é ligeiramente superior à expectativa do Governo brasileiro, que estima um crescimento de 2,3%. Para 2026, o Ministério da Fazenda apresenta uma visão mais otimista, projetando 2,4%.

Fatores que Influenciam a Economia Brasileira

A atividade econômica brasileira apresentou crescimento de 0,4% no segundo trimestre em comparação com o anterior, segundo dados do IBGE, confirmando um enfraquecimento em meio à política monetária restritiva. A taxa básica de juros, em 15% ao ano, e a decisão do Banco Central de manter a Selic inalterada por um período prolongado visam o controle da inflação.

O FMI projetou a inflação média anual no Brasil em 5,2% para este ano e 4,0% para 2026. A meta oficial de inflação é de 3,0%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

O relatório também aponta que o Brasil, juntamente com China, França e Estados Unidos, deve apresentar um aumento significativo da dívida pública como proporção do PIB em 2025.

Cenário Global e Regional

A perspectiva de crescimento para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, grupo do qual o Brasil faz parte, foi elevada para 4,2% em 2025, contra 4,1% anteriormente. A projeção para 2026 permanece em 4,0%.

O FMI destacou que o desempenho desses países foi impulsionado por fatores como a produção agrícola recorde no Brasil e a expansão do setor de serviços na Índia. Contudo, o relatório ressalta que “condições externas estão se tornando mais desafiadoras e, em alguns casos, o ímpeto doméstico está desacelerando”.

Tarifas mais altas impostas pelos Estados Unidos e a incerteza na política comercial são citadas como fatores que afetam a demanda externa e o investimento empresarial. Além disso, o espaço fiscal restrito limita a capacidade dos governos de estimular a demanda doméstica.

Projeções para América Latina e Caribe

Na região da América Latina e Caribe, o FMI prevê um crescimento de 2,4% em 2025 e 2,3% em 2026. A estimativa para este ano foi elevada em 0,8 ponto percentual, principalmente devido à projeção para o México, que agora espera uma expansão de 1,0%.

Fonte: InfoMoney