Flávio Dino: Facções Criminosas Estão Ultracapitalizadas no Mercado Formal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, alertou que o atual cenário de instabilidade no Rio de Janeiro se deve ao fato de as facções criminosas estarem “ultracapitalizadas”. Segundo Dino, esses grupos criminosos obtêm seus recursos financeiros através do “Mercado formal”, investindo em instituições financeiras.

Origem do Financiamento das Facções

A declaração de Dino ocorreu após uma grande operação policial conjunta entre a Polícia Civil e a Militar no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 64 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da cidade. O ministro ressaltou que a era em que organizações criminosas dependiam exclusivamente do mercado ilegal já passou. Atualmente, elas atuam ativamente em setores como o garimpo, o mercado imobiliário e o mercado de combustíveis.

“Por que está essa confusão no Rio de Janeiro? Minha solidariedade ao povo do Rio. Está esse caos porque as facções criminosas estão ultracapitalizadas”, afirmou Dino durante um painel no Fórum Nacional Brasil Export Infraestrutura. Ele enfatizou que o financiamento dessas organizações não se limita à venda de drogas, mas se estende ao mercado formal.

Investimentos em Instituições Financeiras

O magistrado levantou um questionamento sobre o destino dos lucros obtidos por meio de atividades criminosas, provocando se alguém duvidava que tais recursos estariam aplicados em instituições financeiras. “Onde está esse dinheiro? Embaixo do colchão? Não. Está nas instituições financeiras. Alguém tem dúvida disso?”, questionou Dino.

Desmentido de Fake News e Solidariedade

Na manhã desta quarta-feira (29), o ministro Flávio Dino utilizou sua conta no Instagram para desmentir uma notícia falsa que o associava à defesa da descriminalização das polícias no Brasil. “Jamais fiz tal postagem”, declarou Dino em sua publicação. Ele criticou a disseminação de desinformação em um momento considerado sério para o país, classificando a prática como um ataque à liberdade de expressão.

Dino lamentou que, quando indivíduos que promovem tais notícias falsas são processados, alegam “perseguição, censura e de inquéritos que nunca acabam”. Ele expressou sua solidariedade e respeito aos moradores e profissionais de segurança pública que sofrem com a situação no Rio de Janeiro, criticando a Falta de consideração desses indivíduos pelas dificuldades enfrentadas pela população.

A discussão sobre o financiamento do crime organizado e sua infiltração no mercado formal ressalta a complexidade dos desafios enfrentados pelas autoridades na segurança pública e no combate à criminalidade no país. A análise de Dino aponta para a necessidade de estratégias mais amplas que vão além do combate direto, focando também no rastreamento e bloqueio de fluxos financeiros ilícitos que alimentam essas organizações.

Fonte: Valor Econômico