Flávio Bolsonaro sugere que EUA ataquem barcos de drogas no Rio de Janeiro

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) propôs que os Estados Unidos ataquem embarcações traficando drogas no Rio de Janeiro, em resposta a uma publicação do Secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, nas redes sociais.

Hegseth compartilhou um vídeo de um ataque a um barco no Oceano Pacífico, que ele alegou estar envolvido com tráfico de drogas. Em comentário, Flávio Bolsonaro expressou admiração pela ação e questionou:

“Que inveja”, reagiu Flávio. “Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”, acrescentou o parlamentar.

O Secretário de Defesa dos EUA tem divulgado esse tipo de operação desde que o presidente Donald Trump autorizou ataques a embarcações em águas internacionais próximas à Venezuela. Hegseth afirmou que tais ações continuarão, declarando: “Nós os encontraremos [narcoterroristas] e os mataremos, até que a ameaça ao povo americano seja extinta”. Ele não forneceu detalhes sobre as vítimas ou o conteúdo da embarcação atacada.

Contexto Político e Relações Internacionais

A manifestação de Flávio Bolsonaro ocorre em um contexto de intensificação da cooperação e retórica de segurança entre aliados políticos. Seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), reside nos Estados Unidos desde fevereiro, alegando perseguição política e buscando apoio internacional para o ex-presidente Jair Bolsonaro.

De lá, Eduardo Bolsonaro tem atuado na articulação de sanções contra autoridades brasileiras, buscando influenciar a política externa e interna do país através de pressão Internacional.

Eduardo Bolsonaro em evento nos EUA, onde seu irmão Flávio Bolsonaro também esteve recentemente.

Impacto no Combate ao Narcotráfico

A sugestão de Flávio Bolsonaro levanta debates sobre a eficácia e a legalidade de operações militares estrangeiras em território brasileiro ou em águas sob jurisdição nacional. Especialistas em segurança pública e relações internacionais divergem sobre a viabilidade e as consequências de tal intervenção.

Enquanto alguns argumentam que a ajuda externa especializada poderia acelerar o combate ao narcotráfico, outros alertam para os riscos de soberania e a possibilidade de escalada da violência. A Baía de Guanabara é frequentemente citada como rota de entrada de drogas no Rio de Janeiro, um desafio constante para as forças de segurança brasileiras.

Fonte: Valor Econômico