Financiamento Climático: Ministros Propõem US$ 1,3 Tri Anual

Ministros de Finanças propõem elevar financiamento climático anual para US$ 1,3 trilhão, visando ações mais eficazes contra as mudanças climáticas.
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Um grupo de 35 ministros de Finanças propôs um aumento significativo no financiamento climático global, visando US$ 1,3 trilhão anualmente. Essa demanda é crucial para as nações em desenvolvimento, especialmente antes da COP30, que ocorrerá no Brasil.

O relatório, intitulado ‘Círculo de Ministros das Finanças‘, sugere mudanças em áreas financeiras como classificações de crédito, taxas de seguro e prioridades de empréstimo de bancos de desenvolvimento. O objetivo é guiar governos e instituições financeiras no aumento de recursos para combater as mudanças climáticas.

Em declaração conjunta, os ministros enfatizaram: “Cada ano de atraso na ação climática aumenta tanto o valor do investimento necessário quanto os riscos enfrentados”. A aplicação das sugestões é uma decisão de cada país.

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Durante as reuniões do Banco Mundial e do FMI em Washington, Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda do Brasil, destacou o papel dos ministros de Finanças. “Queríamos realmente integrar as políticas climáticas e macroeconômicas”, afirmou Rosito à Reuters, lembrando que esses ministros também integram conselhos de bancos de desenvolvimento e fundos internacionais.

O Gargalo das Finanças Climáticas

Rosito ressaltou que as Finanças são frequentemente vistas como um obstáculo, o principal gargalo para ações climáticas efetivas. “Acho que podemos contribuir com soluções”, adicionou.

O documento preparado pelos ministros é parte do relatório ‘Baku a Belém’, elaborado pelas presidências da COP29 e COP30. Ele visa apontar caminhos para suprir a defasagem entre o acordado em Baku para financiamento climático e o montante efetivamente necessário.

Apesar de ser um pedido das nações à presidência da COP30, o relatório ainda não tem uma agenda oficial que o inclua. Fontes indicam que delegados estão questionando como integrar o documento, que busca resolver a lacuna entre o acordo de US$ 300 bilhões anuais prometido por nações ricas a partir de 2035 e as necessidades reais, que pesquisas da ONU estimam em quatro vezes esse valor.

O documento dos ministros era muito aguardado, em um cenário onde países ricos recuam em questões climáticas e a Europa se preocupa com segurança energética e a Agressão russa.

Recomendações e Ajustes

Os ministros recomendaram o fortalecimento de regulamentações para gestão de riscos e que bancos baseiem políticas de Empréstimo no perfil de risco de projetos, não de países. Sugeriram também que mercados de carbono sincronizem padrões para alcançar um preço global de carbono.

No entanto, recomendações de uma versão preliminar de agosto foram enfraquecidas no documento final. A exigência de que fluxos de financiamento climático concessional externo crescessem significativamente para pelo menos US$ 250 bilhões por ano até 2035 foi retirada.

Rosito explicou que os ministros passaram meses consultando governos e ajustando as recomendações para garantir sua relevância e viabilidade para todos.

Avanços e Desafios na COP30

O lançamento do relatório coincidiu com negociações pré-COP30 em Brasília, onde mais de 70 países buscaram aprimorar a agenda da cúpula. Foram acordadas regras para medir o progresso em relação às metas de adaptação climática, focadas em preparar países para extremos climáticos.

Contudo, não houve consenso sobre a produção de um acordo final em 2024. A COP30 pode focar em acordos menores que não exijam consenso universal. “Acredito que alcançamos alguns pré-consensos. Ainda há muito, muito mais a ser feito”, afirmou André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, lembrou os países do compromisso com a transição energética, gerando protestos de dependentes de combustíveis fósseis. Silva rechaçou as objeções, afirmando que o esforço para reduzir o uso de fósseis e emissões “não pode ser seletivo” e que todas as decisões precisam ser tratadas igualmente.

Fonte: InfoMoney

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