Financiamento Climático: CEOs do BID e Fórum Econômico Mundial discutem atração de capital

CEOs do BID e Fórum Econômico Mundial detalham como atrair capital privado para projetos climáticos na América Latina e acelerar a transição energética.
Financiamento climático — foto ilustrativa Financiamento climático — foto ilustrativa

A transição para uma economia de baixo carbono na América Latina enfrenta um desafio: a insuficiência de recursos públicos. No entanto, o setor privado emerge como um impulsionador fundamental para a escala e a velocidade necessárias nessas iniciativas. Essa perspectiva é compartilhada por Børge Brende, presidente do Fórum Econômico Mundial, e Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Atração de Capital Privado para Projetos Climáticos

Durante o evento Road to COP-30, promovido pelo Itaú BBA em São Paulo, Goldfajn destacou a limitação dos fundos públicos. “Não há recursos públicos suficientes para fazer tudo o que é necessário. E as prioridades estão mudando. Países endividados, mercados emergentes e economias em desenvolvimento ou têm dívidas elevadas ou necessidades excessivas. O custo do capital é muito alto”, afirmou. Brende complementou, ressaltando que “o custo da inação ainda supera o custo da ação”, e que é crucial acelerar os projetos para evitar consequências futuras mais graves. O setor privado, segundo ele, já desempenha um papel cada vez mais proeminente, especialmente no que tange ao apetite por energias renováveis, influenciando a queda nos preços de energia eólica e solar.

Painel sobre financiamento climático com CEOs do BID e do Fórum Econômico Mundial
Painel discute a importância do setor privado no financiamento climático.

O Papel Crescente do Setor Privado

Brende enfatizou que a capacidade do setor público de financiar projetos climáticos é menor do que antes, e o setor privado pode fazer uma grande diferença. Ele observou um aumento significativo no engajamento das empresas nas COPs nas últimas duas décadas. “A participação e os investimentos do setor privado são incríveis. Portanto, é o setor privado que vai impulsionar isso também na América Latina”, garantiu. O Fórum Econômico Mundial, através de coalizões como a ‘Alliance of CEO Climate Leaders’ e a ‘First Movers Coalition for Food’, fomenta a atuação privada em agendas climáticas e na criação de demanda por produção resiliente de alimentos, demonstrando como empresas podem acelerar mudanças mesmo sem depender exclusivamente de políticas públicas.

Iniciativas de Financiamento Sustentável na Amazônia

Em julho deste ano, o BID e o Banco Mundial anunciaram uma colaboração para apoiar a emissão de títulos verdes focados na Amazônia. O BID liderou o programa com a meta de emitir até US$ 1 bilhão em títulos para captar capital privado destinado ao desenvolvimento sustentável na região. Recentemente, o BID emitiu o primeiro Título Amazônia, levantando US$ 100 milhões. “Liberamos US$ 100 milhões de um total de US$ 1 bilhão. Esperamos que o governo do Brasil faça o mesmo e esperamos que outros sigam o exemplo, para que possamos liberar ainda mais recursos”, declarou Goldfajn, incentivando a participação de cidadãos e instituições nos projetos amazônicos.

A emissão desses títulos é vista como um passo crucial para viabilizar os projetos necessários, alinhando diretrizes, regulamentos e taxonomias. A colaboração entre o setor público e privado é essencial para mobilizar os recursos necessários e acelerar a transição para uma economia sustentável e de baixo carbono.

Fonte: Estadão

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