O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reúne em Washington com o secretário de Estado americano para preparar o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. A expectativa é que os Estados Unidos adotem gestos concretos para encerrar a crise diplomática, incluindo a Suspensão de tarifas sobre produtos nacionais e a revogação de sanções contra cidadãos brasileiros.


Objetivo: Medidas Efetivas Além de Declarações
O principal objetivo do encontro é garantir que a futura reunião presidencial vá além de declarações simbólicas e resulte em medidas efetivas. Temas centrais incluem a suspensão de uma sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras e o fim das sanções a autoridades nacionais, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Contexto da Crise Diplomática e Comercial
Esta é a segunda reunião entre Vieira e o secretário de Estado americano neste ano. Na conversa anterior, em julho, o Governo americano anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e iniciou sanções contra autoridades, condicionando negociações comerciais ao arquivamento de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF. O governo Lula reagiu, afirmando que a soberania nacional não seria desrespeitada.
Desde então, além da sobretaxa, os EUA iniciaram uma investigação sobre supostas práticas desleais de comércio contra o Brasil, que poderiam levar a novas sanções. As investigações americanas focam em pontos como desmatamento, corrupção, tarifas de importação, uso do Pix e venda de produtos falsificados.

Interesses Paralelos e Estratégicos
Nos bastidores, Brasil e Estados Unidos buscam objetivos distintos. O Brasil almeja reduzir barreiras comerciais, garantir previsibilidade e fortalecer cadeias produtivas locais. Já Washington exige Acesso a minerais estratégicos, regras mais flexíveis para grandes plataformas digitais e alinhamento geopolítico.
Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou um convite americano para discutir temas como lítio, níquel e terras raras, evidenciando o interesse de Washington em um fornecimento estável de insumos estratégicos. No setor digital, o Brasil tenta equilibrar investimento com soberania de dados, enquanto os EUA pressionam por regulamentação favorável às suas empresas.
A Prioridade Brasileira e a Pressão Americana
Para interlocutores brasileiros, a prioridade é a previsibilidade e o Acesso a mercados. Por outro lado, os americanos buscam influência estratégica e garantias de que o Brasil não se alinhará a rivais globais. A expectativa é que a reunião de hoje pavimente o caminho para acordos concretos no futuro encontro presidencial.
Fonte: InfoMoney