FIIs de Shoppings: 2026 Testa Resistência do Setor com Juros Altos

Gestores analisam os desafios para FIIs de shoppings em 2026. Juros altos e consumo em teste colocam o setor sob pressão. Veja as projeções.
FIIs de shoppings — foto ilustrativa FIIs de shoppings — foto ilustrativa

O Mercado de shoppings encerra 2025 com uma perspectiva que mistura otimismo e cautela. Apesar de números de vendas robustos e taxas de vacância controladas, a combinação de juros elevados e uma possível desaceleração do consumo acende um sinal de alerta entre os gestores do setor.

Em um debate recente, Felipe Teatini, gestor do XPML11, e Alexandre Machado, gestor do HGBS11, compartilharam suas expectativas para o próximo ano, indicando que o fôlego do setor poderá ser testado nos trimestres vindouros.

Teatini expressou receio com os indicadores de vendas em setembro e outubro, notando uma inversão de tendência com aluguéis ainda em patamares elevados. Ele pontua que a convergência da Taxa Selic em 15% e a pressão sobre o poder de compra sugerem que “a conta está chegando”.

Apesar disso, o gestor prevê um quarto trimestre positivo, impulsionado pelas vendas de fim de ano, como a Black Friday e o Natal. Contudo, ele mantém o “alerta ligado para o primeiro trimestre de 2026”, sinalizando um período de maior atenção.

Alexandre Machado, da Hedge Investments, compartilha um cenário similar, mas ressalta a saúde dos fundamentos do setor. “A indústria demonstrou resiliência mesmo com juros altos e inflação acima da meta. As vendas acumuladas até setembro cresceram 8,7%, superando a inflação”, destacou.

Machado aponta que o aumento nas vendas tem compensado os reajustes de aluguel, mantendo a taxa de esforço dos lojistas em níveis gerenciáveis. Ele também identifica sinais positivos para o futuro, como o avanço da massa salarial, a queda do desemprego e programas de estímulo à renda, que devem impulsionar o consumo em 2026. “A queda de juros deve ajudar. Nem todos os ventos são contrários”, afirmou.

Gráfico de vendas em shoppings mostrando crescimento em 2025, com projeções para 2026.
Projeções indicam que 2026 será um ano de testes para os FIIs de shoppings.

A expectativa pela estreia de grandes produções cinematográficas, como Toy Story 5 e o novo Avatar, também reforça o otimismo quanto ao fluxo de pessoas nos cinemas, um dos principais impulsionadores do tráfego nos shoppings.

Desafios e Oportunidades para FIIs de Shoppings em 2026

O ano de 2026 se apresenta como um divisor de águas para os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) focados em shoppings. A consolidação de resultados positivos em 2025, marcada por vendas crescentes e controle da vacância, será testada por um ambiente macroeconômico desafiador. A manutenção de juros em patamares elevados, combinada com a possibilidade de desaceleração do consumo, exige uma análise aprofundada dos riscos e oportunidades.

O Papel da Taxa Selic e do Consumo

A Taxa Selic, principal instrumento de política monetária do Banco Central, continuará sendo um fator determinante para o desempenho dos FIIs. Juros altos encarecem o crédito, impactam o custo de capital para empresas e reduzem o poder de compra do consumidor. Gestores como Felipe Teatini alertam para a “conta chegando”, referindo-se à pressão que a combinação de juros e inflação pode exercer sobre os resultados dos shoppings.

Por outro lado, indicadores como o avanço da massa salarial e a queda do desemprego, conforme apontado por Alexandre Machado, trazem um contraponto positivo. Medidas de estímulo à renda, como a isenção de Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil, podem mitigar os efeitos negativos sobre o consumo, sustentando o movimento nos estabelecimentos.

Fonte: InfoMoney

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