Investidores de fundos imobiliários (FIIs) têm demonstrado grande interesse no segmento de shopping centers. A escolha entre FIIs com participação majoritária ou minoritária nos empreendimentos é um ponto crucial para a estratégia de alocação. A discussão sobre essas abordagens foi central no evento FIIs Experience, promovido pela Suno Research.

Participação Majoritária vs. Minoritária em FIIs de Shopping
Rafael Teixeira, gestor de real estate da Vinci Partners, destacou que a empresa não tem uma preferência rígida entre participações majoritárias ou minoritárias. A prioridade é aproveitar as oportunidades que surgem em cada negociação. Ele explicou que o controle direto de um ativo oferece maior liquidez na saída, ampliando o leque de potenciais compradores, incluindo outras companhias listadas. No entanto, participações menores também podem ser estratégicas, dependendo do perfil e das particularidades de cada projeto.
Teixeira mencionou que a Vinci gerencia cerca de 30 ativos, com apenas quatro sob controle direto. As demais participações variam entre 5% e 49%. Mesmo como investidor minoritário, a gestora participa ativamente das principais decisões, acompanha de perto as locações e investimentos, e mantém reuniões mensais com as administradoras dos empreendimentos.
É fundamental manter uma atenção constante, pois o Mercado de shoppings tem banalizado o allowance, uma prática onde o locador disponibiliza recursos próprios para a realização de obras nas áreas a serem ocupadas por lojistas. A análise detalhada dessas práticas é essencial para a gestão de risco em mercados imobiliários.
Shoppings: Um Setor Resiliente no DNA Brasileiro
Pedro Carraz, portfolio manager da XP Asset, reforçou que o setor de shoppings continua sendo um dos mais resilientes do mercado imobiliário. Ele relembrou o pessimismo em torno do segmento durante a pandemia, mas ressaltou que o comportamento do consumidor brasileiro foi fundamental para a recuperação. Segundo Carraz, o modelo de negócio evoluiu significativamente.
“Há muito tempo o shopping deixou de ser apenas um centro de compras. Hoje é um espaço de convivência, entretenimento e serviços. Quanto mais completo o mix, maior o tempo de Permanência e, no fim, maior o volume de vendas e o aluguel. É uma equação simples: fluxo gera venda, e venda gera aluguel”, afirmou Carraz.
A pandemia, segundo o gestor da XP, apenas acelerou um processo já em curso: a consolidação do modelo omnichannel. Nesse cenário, o shopping center atua como um elo fundamental entre o físico e o digital. “A loja passou a ser o last mile do e-commerce. O cliente experimenta no shopping e compra online, ou faz o contrário: adquire pela internet e retira no local. Essa integração é cada vez mais natural”, completou.
Carraz também destacou as vantagens competitivas dos shoppings brasileiros em relação aos de outros países. “São empreendimentos urbanos, com mix variado e papel social relevante. O brasileiro gosta de sair, de conviver — e o shopping é parte do nosso DNA. Por isso, continua sendo um espaço estratégico tanto para o varejo físico quanto para o digital”, concluiu.
Investir em FIIs de shopping pode ser uma alternativa interessante para diversificar a carteira, buscando retornos consistentes. A escolha entre participações majoritárias ou minoritárias deve ser alinhada ao perfil de risco e aos objetivos de cada investidor, considerando as análises de especialistas do setor, como as apresentadas por Vinci Partners e XP Asset.
Fonte: InfoMoney