FIIs de Papel: ‘Rótulos’ de risco confundem investidor, diz gestor

Gestor da AF Invest alerta que ‘rótulos’ em FIIs de papel como high grade e high yield confundem investidores. Análise externa é crucial.
FIIs de papel — foto ilustrativa FIIs de papel — foto ilustrativa

A complexidade dos fundos de papel (FIIs) tem gerado um excesso de ‘rótulos’ como high grade, high yield e middle risk, que podem dificultar a interpretação do investidor na hora de montar sua carteira. Para Lucas Araújo, sócio e gestor da AF Invest Real Estate, essa proliferação de classificações confunde mais do que esclarece.

Segundo Araújo, essas etiquetas refletem mais a percepção de cada gestora sobre si mesma do que o risco real da carteira. O investidor comum, que não acompanha os detalhes das operações, tem dificuldade em decifrar o significado prático desses termos. Por isso, ele defende que a Classificação de risco dos FIIs deve ser submetida a análises independentes, e não apenas à autodeclaração das gestoras.

“A autodeclaração da gestora é importante, mas deveria passar por um escrutínio externo. Isso traria mais segurança e reduziria o peso da gestão ser a única voz sobre o risco das operações”, afirma Araújo em Entrevista ao Liga de FIIs.

Na AF Invest, a Classificação foi simplificada para dois critérios: high grade (grau de investimento) e high yield (fora do grau de investimento), seguindo o padrão de agências internacionais. “Tudo que não é grau de investimento é considerado high yield. Pode haver diferenças dentro dessa faixa, mas a régua é clara. A gente preferiu simplificar para ser o mais direto possível com o investidor”, explica.

Araújo reconhece a evolução da indústria em transparência, mas aponta desafios persistentes. “É um trabalho hercúleo analisar um fundo de CRI. Muitas operações não têm rating formal porque os Custos inviabilizam. Mas análise independente é essencial para mostrar o risco real de cada crédito.”

Gestores priorizam qualidade em investimentos

Sobre o cenário atual do mercado de FIIs, o gestor observa uma forte seletividade. “Hoje não justifica correr riscos por 3% ou 4% a mais ao ano. Estamos priorizando operações de qualidade, mesmo que o retorno seja menor. É o reflexo de um mercado com spreads amassados e investidores buscando segurança”, detalha.

Ele acrescenta que a busca por crédito de qualidade se tornou um movimento estrutural. “O mercado está líquido, há muito dinheiro entrando via amortizações e fundos de renda fixa com captações bilionárias. O foco desses gestores está na qualidade — e isso é bom para todo o ecossistema, porque força mais disciplina e eficiência nas novas emissões.”

A entrevista completa com Lucas Araújo está disponível na edição do Liga de FIIs. O programa é exibido às quartas-feiras, às 18h, no canal do InfoMoney no YouTube. Assista a todas as edições passadas em: https://www.youtube.com/playlist?list=PLrnBMAxcC6QhgBoQcWxnLg4nQC7KqDoRo.

Fonte: InfoMoney

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