Fed Atua às Cegas: Corte de Juros nos EUA em Meio a Dados Limitados

Federal Reserve deve cortar juros nos EUA em 0,25% com dados limitados. Mercado de trabalho e inflação guiam decisão em meio à paralisação do governo.
Corte de juros nos EUA — foto ilustrativa Corte de juros nos EUA — foto ilustrativa
FILE PHOTO: Federal Reserve Board building on Constitution Avenue is pictured in Washington, U.S., March 19, 2019. REUTERS/Leah Millis/File Photo

O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos deve anunciar nesta quarta-feira um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. A decisão, contudo, é marcada por dados econômicos limitados, com o mercado de trabalho se mantendo como principal foco das preocupações.

Economistas consultados pela Reuters antecipam amplamente que o banco central dos EUA ajustará sua taxa básica de juros para a faixa de 3,75% a 4,00% ao final de sua reunião. Esta medida, porém, parece basear-se mais em inércia do que em um sólido conjunto de dados, algo que as autoridades do Fed frequentemente ressaltam como fundamental para a definição da política monetária.

A paralisação do Governo federal, que já se estende por 29 dias, impediu que o Fed recebesse o relatório oficial de emprego referente a setembro. Este dado é crucial, especialmente no momento em que as autoridades monitoram a força das contratações e a evolução da força de trabalho sob as políticas de imigração mais restritivas do presidente Donald Trump.

Gráfico do Ibovespa em análise, refletindo o cenário econômico nos EUA.
Cenário econômico: a decisão do Fed impacta mercados globais.

Até agosto, último mês com dados oficiais de emprego divulgados antes da paralisação, a taxa de desemprego mostrava uma leve alta, passando de 4,0% no início do segundo mandato de Trump para 4,3%. O ritmo de contratações, no entanto, desacelerou significativamente. A redução no número de trabalhadores estrangeiros em busca de emprego atenuou um possível aumento maior na taxa de desemprego.

Apesar de as autoridades do Fed considerarem o Mercado de trabalho equilibrado entre demanda e oferta, há receios de que as empresas possam frear contratações ou iniciar demissões diante das incertezas quanto ao crescimento econômico. Anúncios recentes de cortes na Amazon.com e o aumento nos pedidos de auxílio-desemprego reforçam essa preocupação.

Acompanhando o mercado de trabalho, as agências de emprego continuam a divulgar dados semanais sobre pedidos de auxílio-desemprego, servindo como um termômetro para a saúde do setor.

Um relatório sobre a inflação em setembro, divulgado na semana passada por determinação da Casa Branca, indicou que o índice de preços ao consumidor (IPC) avançou em um ritmo mais lento que o esperado. Essa combinação de notícias inflacionárias favoráveis e preocupações persistentes com o mercado de trabalho sugere que “não houve muita base para mudar as opiniões” desde setembro, quando autoridades sinalizaram um corte de 0,25 ponto percentual como provável nas reuniões de outubro e dezembro, conforme escreveu Steven Englander, chefe de estratégia macro da América do Norte no Standard Chartered.

Foto de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em coletiva de imprensa.
Jerome Powell se prepara para coletiva após anúncio da taxa de juros.

Análise: Fed Navega em Incertezas

A decisão e o comunicado de política monetária do Fed estão previstos para as 15h (horário de Brasília). O presidente do Fed, Jerome Powell, concederá uma Coletiva de Imprensa meia hora depois. Sem projeções econômicas atualizadas, a atenção se volta para os comentários de Powell, que oferecerão insights sobre a percepção da economia e a trajetória futura da política monetária.

A ausência de dados completos sobre o mercado de trabalho força o Fed a tomar decisões com base em informações parciais, aumentando o grau de incerteza sobre o impacto exato das suas ações. A expectativa é que, mesmo com essas limitações, o corte de juros ocorra, mas o foco futuro permanecerá na evolução da inflação e do emprego.

Fonte: InfoMoney

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