A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou Nota Oficial nesta segunda-feira (27) negando veementemente qualquer tipo de pressão ou interferência junto ao Banco Central (BC) no que diz respeito à situação do Banco Master. Notícias recentes indicavam que a entidade estaria tentando “acelerar” cobranças ao BC em relação ao caso, que se arrasta há meses.
Febraban Refuta Alegações de Influência
Em sua declaração, a Febraban classificou como “inverídica” a informação de que estaria empenhada em “acelerar a situação do Banco Master”. A entidade ressaltou que “não cabe — e jamais coube ou caberia — à Febraban ‘acelerar’ cobranças de qualquer natureza junto ao Banco Central”. A federação também enfatizou que seus porta-vozes são exclusivamente seus dirigentes, e que a entidade “não se vale de terceiros, tampouco de fontes anônimas, para divulgar intenções que não condizem com sua atuação institucional”.
Estratégias do Banco Master para Evitar Intervenção
O grupo liderado por Daniel Vorcaro tem buscado ativamente diversas alternativas para fortalecer sua liquidez e, consequentemente, evitar uma intervenção ou liquidação por parte do Banco Central. Uma das principais movimentações recentes foi a venda de bilhões de reais em ativos. Paralelamente, o Master negocia a venda do Will Bank, operação que incluiria cerca de R$ 7 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Essa ação estratégica visa diminuir o montante que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) teria que cobrir em um eventual cenário de honrar os passivos do grupo.
Posicionamento de Grandes Bancos e do BC
Há relatos de que parte dos grandes bancos, que são os principais cotistas do FGC, teria uma preferência por ver o Master quebrar. O objetivo seria aplicar uma “Punição exemplar” a Daniel Vorcaro e desestimular que outros bancos de médio porte se alavanquem excessivamente, contando com a proteção do fundo garantidor. Contudo, o Banco Central tem demonstrado cautela, buscando evitar uma solução mais drástica. Essa postura visa não apenas prevenir repercussões negativas no setor financeiro e na opinião pública, mas também garantir que todas as outras alternativas foram esgotadas antes de uma medida extrema, assegurando uma blindagem jurídica para o órgão regulador.
O caso do Banco Master levanta debates importantes sobre a solidez do sistema financeiro e a atuação dos órgãos de regulação e supervisão. A atuação da Febraban, ao se pronunciar publicamente, busca reafirmar sua posição institucional e a autonomia do Banco Central em suas decisões estratégicas.
Fonte: Valor Econômico