O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, defende que as instituições financeiras atuem como um escudo principal contra práticas ilícitas, diante do aumento expressivo de crimes digitais e atividades fraudulentas no Brasil. A declaração foi feita por meio de nota divulgada nas redes sociais neste sábado (8).
Aumento de Crimes Financeiros Digitais
Sidney ressaltou o papel crucial do setor financeiro brasileiro em um cenário de crescente gravidade, marcado pela proliferação de atividades ilícitas que utilizam o sistema financeiro nacional. Embora não tenha detalhado casos específicos, o líder da Febraban mencionou investigações recentes que expõem o problema, como a operação da Polícia Federal sobre desvios milionários em financiamentos do Banco do Nordeste e um esquema de lavagem de dinheiro do PCC em gestoras paulistanas, revelado no final de agosto.
Alinhamento Necessário entre Poder Público e Setor Privado
Em sua manifestação, Isaac Sidney enfatizou a necessidade de um alinhamento total e atuação conjunta entre o poder público e toda a indústria financeira para combater crimes financeiros, classificando qualquer omissão como intolerável. “Bancos e fintechs têm o dever de impedir a abertura de contas fraudulentas, como contas laranja, frias e de bets ilegais, cabendo aos bancos reforçar suas barreiras e exigir padrões rigorosos de vigilância dos demais participantes da indústria”, declarou.
Fortalecimento da Regulação e Colaboração com Órgãos
O presidente da Febraban também destacou a importância das instituições reguladoras nesse combate. Ele citou órgãos como o Banco Central (BC), o Coaf e a Receita Federal, indicando que estes devem prosseguir com o fortalecimento das ações contra práticas criminosas. As instituições bancárias, segundo Sidney, continuarão a colaborar ativamente com os reguladores nessa empreitada. O líder setorial também apontou a escalada de crimes atrelados a casas de apostas (Bets), alertando para os riscos que a legalização de jogos online pode acarretar ao sistema financeiro e a necessidade de conter a movimentação de recursos para plataformas ilegais.
Sistema Financeiro Resiliente: Controles Internos e Monitoramento
Para Sidney, o futuro de um sistema financeiro resiliente depende da atuação rigorosa de todos os participantes e da colaboração estreita com o poder público. “Para tanto, nossos bancos terão de manter estruturas com controles internos robustos, monitoramento contínuo e comunicação obrigatória às autoridades competentes”, concluiu, reforçando a necessidade de vigilância constante e cooperação para evitar que as irregularidades de poucos afetem todo o ecossistema. O presidente da Febraban pede que os bancos sejam “escudos” contra crimes financeiros, reforçando o papel do setor na proteção contra fraudes e ilícitos digitais.
Fonte: Valor Econômico