Falência da PrimaLend: Crédito ‘Subprime’ nos EUA em Alerta Máximo

A falência da PrimaLend nos EUA expõe vulnerabilidades no crédito ‘subprime’. Especialistas alertam para mais riscos no mercado após atrasos de pagamentos de consumidores.
crédito subprime americano — foto ilustrativa crédito subprime americano — foto ilustrativa

A falência da PrimaLend Capital Partners, que fornecia financiamento para concessionárias de veículos focadas em consumidores de baixa renda (‘subprime’), renova as preocupações com o estresse no Mercado de crédito americano. A empresa solicitou proteção contra falência após meses de negociações com credores devido a atrasos no pagamento de juros de sua dívida.

Com sede em Plano, Texas, a PrimaLend busca vender seus negócios em um tribunal de falências, mas pretende continuar financiando e administrando seus empréstimos existentes. A empresa anunciou ter obtido compromissos de financiamento para a proteção contra falência por parte de credores atuais, indicando um caminho para a reestruturação.

Contexto de Crise no Crédito ‘Subprime’

A solicitação da PrimaLend surge poucas semanas após a falência da Tricolor Holdings, uma concessionária do tipo “compre aqui, pague aqui”. Atualmente, americanos de baixa renda estão atrasando pagamentos de financiamentos de veículos em uma taxa não vista em décadas, um sinal claro de dificuldade financeira que impacta diretamente os credores de empresas que operam com empréstimos subprime.

Donald Clarke, presidente da Asset Based Lending Consultants (ABLC), alerta para a necessidade de vigilância redobrada por parte dos credores. “Prestem atenção. Não durmam”, aconselha Clarke. Ele enfatiza a urgência em obter demonstrativos financeiros dos tomadores de Empréstimo mensalmente, em vez de esperar por novas ondas de inadimplência.

Alerta de Jamie Dimon e Repercussões no Mercado

A situação se agrava com o alerta de Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan Chase & Co., que comparou problemas no mercado de crédito a uma infestação: “quando você vê uma barata, provavelmente há mais”. Sua declaração reforça a percepção de que a falência da PrimaLend pode ser apenas um sintoma de problemas mais profundos e disseminados no setor.

Clarke, da ABLC, critica a complacência de credores que se tornaram excessivamente flexíveis em suas avaliações de risco, impulsionados pela necessidade de investir capital. Ele revelou ter aconselhado um cliente contra investir na First Brands em 2022, citando sinais de alerta semelhantes aos que surgiram após a falência da empresa, como a Falta de divulgação detalhada.

“Você vai emprestar centenas de milhões de dólares para uma empresa e não abrir o capô para ver como ela está por dentro? O dinheiro é tão de graça assim?”, questionou Clarke. Ele defende uma auditoria mais robusta e uma avaliação honesta dos riscos para evitar vulnerabilidades futuras.

Detalhes da Falência e Operações Futuras

A PrimaLend listou ativos e passivos estimados em menos de US$ 500 milhões. Credores da empresa incluem o Canadian Imperial Bank of Commerce e o Amarillo National Bank. Um porta-voz do CIBC e do Amarillo se recusou a comentar.

Mark Jensen, CEO da PrimaLend, declarou que nenhuma dívida será acelerada como resultado do processo de falência e que a empresa valoriza seus relacionamentos com corretores e tomadores de empréstimo, esperando continuar atendendo o setor. Fundada em 2007, a PrimaLend se promove como a instituição que oferece crédito quando outros negam.

Jensen possui um histórico profissional com passagens pela PwC e Microsoft Corp., com formação acadêmica no MIT e na Harvard Business School.

Fonte: Valor Econômico

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