Facções Ultracapitalizadas: Flávio Dino Aponta Raiz do Caos no Rio de Janeiro

Flávio Dino: facções no Rio de Janeiro estão ultracapitalizadas e atuam no mercado formal, gerando caos. Entenda a análise.
facções ultracapitalizadas Rio de Janeiro — foto ilustrativa facções ultracapitalizadas Rio de Janeiro — foto ilustrativa

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, apontou a alta capitalização das facções criminosas como principal causa do caos na segurança pública do Rio de Janeiro. Segundo Dino, essas organizações atuam não apenas no tráfico, mas também de forma significativa dentro do mercado formal.

“Por que está essa confusão no Rio de Janeiro? Está esse caos porque as facções criminosas estão ultracapitalizadas. E elas se capitalizam como? Elas não ganham dinheiro só vendendo droga — é dentro do mercado formal”, declarou o ministro durante o Fórum Nacional Brasil Export Infraestrutura 2025.

Flávio Dino fala em fórum sobre segurança no Rio de Janeiro.
Ministro Flávio Dino em evento. Foto: Reprodução.

Análise de Flávio Dino sobre o Crime Organizado

Dino detalhou que as facções expandiram suas fontes de Receita, atuando em setores como garimpo, mercado imobiliário e combustíveis. “Foi-se o tempo em que as facções viviam apenas do mercado ilegal. Hoje, são grandes operadoras do garimpo, do mercado imobiliário, do mercado de combustíveis. Onde está esse dinheiro? Embaixo do colchão? Não. Está nas instituições financeiras”, afirmou.

A declaração do ministro ocorreu em meio a discussões sobre a nova resolução da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que visa intensificar o bloqueio de movimentações suspeitas e o encerramento de contas usadas para fins ilícitos. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, destacou a importância da medida para depurar relacionamentos com clientes que utilizam o sistema financeiro para lavagem de dinheiro.

Megaoperação Policial no Rio de Janeiro

O ministro fez suas colocações ao comentar a recente megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 64 mortos, sendo 60 suspeitos e 4 policiais. A ação foi considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, segundo o governo estadual.

A operação, batizada de Contenção, mobilizou 2.500 agentes e resultou na prisão de 81 pessoas, além da apreensão de armamentos e drogas. Em meio à repercussão, o governador Cláudio Castro (PL) voltou a criticar o governo federal pela negativa no uso de blindados das Forças Armadas, alegando falta de cooperação. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob o comando de Ricardo Lewandowski, refutou as acusações, afirmando ter atendido a todos os pedidos fluminenses desde 2023.

Mapa mostrando a localização dos complexos do Alemão e da Penha no Rio de Janeiro.
Complexos do Alemão e da Penha, palco de recente operação policial. Foto: Montagem.

Impacto no Sistema Financeiro

A análise de Dino ressalta a complexidade do crime organizado moderno, que se infiltra cada vez mais na economia legal. A necessidade de um controle mais rigoroso sobre as transações financeiras se torna evidente para combater o poderio econômico das facções. A participação de bancos em identificar e bloquear atividades suspeitas é crucial para desarticular essas redes.

O combate ao crime organizado no Rio de Janeiro é um desafio multifacetado, que envolve não apenas ações ostensivas, mas também o cerco às suas fontes de financiamento. A declaração de Flávio Dino lança luz sobre a dimensão econômica do problema e a importância de um esforço conjunto entre os poderes para mitigar a violência e a instabilidade no estado.

Fonte: InfoMoney

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