Exportações Brasileiras caem 25,7% para EUA após sobretaxas americanas

Exportações brasileiras para os EUA caem 25,7% em setembro devido a sobretaxas americanas. Saiba mais sobre o impacto no comércio bilateral.
Exportações brasileiras sobretaxa americana — foto ilustrativa Exportações brasileiras sobretaxa americana — foto ilustrativa
Imagem de drone mostra local de construção do terminal STS11 da Cofco para armazenamento e exportação de soja em Santos, São Paulo 31/01/2025. REUTERS/Roosevelt Cassio

As exportações brasileiras direcionadas aos Estados Unidos e sujeitas a sobretaxas apresentaram uma queda acentuada de 25,7% em setembro de 2025, quando comparado ao mesmo período de 2024. Este percentual é significativamente maior que a retração média total de 20,3% observada no comércio bilateral. Em contrapartida, produtos isentos de sobretaxas registraram um aumento de 12,3% no valor exportado, impulsionado principalmente pelas vendas de petróleo e seus derivados.

Esses dados alarmantes foram divulgados pelo Monitor do Comércio Brasil-EUA, elaborado pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), e indicam que setembro marcou o ponto de maior retração no comércio entre os dois países até o momento.

“Os dados de setembro reforçam o impacto das tarifas sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos. Produtos sujeitos às sobretaxas registraram uma retração de 26%, que pode se intensificar nos próximos meses. Nesse cenário, o avanço das negociações entre os dois governos será fundamental para reequilibrar o comércio bilateral”, declarou Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.

A Amcham ressaltou que o telefonema entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrido no início de setembro, representa um passo importante na busca por soluções negociadas e na mitigação dos impactos das tarifas sobre o comércio bilateral.

“O comércio Brasil-EUA é sustentado por uma ampla rede de empresas, investimentos e interesses mútuos. Esperamos que o diálogo entre os presidentes abra caminho para negociações que devolvam previsibilidade e permitam preservar e expandir o comércio e os investimentos bilaterais”, complementou Neto.

Contexto das Tarifas e Acumulado Anual

No acumulado do ano, os produtos com sobretaxa apresentaram uma ligeira alta. No entanto, o grupo da seção 232, cujas tarifas iniciaram anteriormente, registrou uma queda de 7,2%. Já os produtos sem sobretaxa tiveram uma redução de 7,8%, um resultado influenciado principalmente pela diminuição nas compras de petróleo e celulose pelos EUA.

As exportações industriais brasileiras aos Estados Unidos alcançaram US$ 23,3 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, um aumento de 0,4% em relação ao ano anterior. Contudo, o ritmo de crescimento tem apresentado desaceleração.

Os EUA continuam sendo o principal destino das exportações da indústria brasileira, respondendo por 16,2% do total, superando o Mercosul (US$ 17,9 bilhões) e a União Europeia (US$ 16,8 bilhões).

Desempenho da Indústria de Transformação

Dos dez principais produtos exportados para os EUA, oito pertencem à indústria de transformação, e cinco destes apresentaram crescimento significativo. Este setor tem sido o principal motor do crescimento exportador para os EUA no último ano. Contudo, entre janeiro e setembro de 2025, houve uma alta de apenas 0,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Impacto nas Importações e Saldo Comercial

Paralelamente, as importações de produtos americanos cresceram 11,8% no acumulado do ano. Essa elevação resultou em um superávit comercial para os EUA com o Brasil, atingindo US$ 5,1 bilhões, um valor quatro vezes maior que o registrado no mesmo período de 2024. O saldo comercial para os EUA em 2025 foi superavitário em US$ 5,1 bilhões, representando um aprofundamento de 287,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A Amcham alerta que a manutenção das tarifas em níveis elevados não apenas ameaça reduzir as exportações brasileiras, mas também o volume total da corrente de comércio. Apesar de ter atingido US$ 63,5 bilhões, o comércio bilateral já demonstra sinais de desaceleração.

A decisão do Governo americano de impor sobretaxas sobre produtos brasileiros tem gerado preocupações quanto à competitividade e ao volume de negócios entre as duas nações, impactando setores chave da economia brasileira.

Fonte: InfoMoney

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