Queda nas exportações de máquinas para os EUA: veja o impacto

Exportações de máquinas para os EUA caem 13,1% em setembro, mas outros destinos compensam. Entenda o impacto das tarifas e o cenário da indústria.
Exportações de máquinas para os EUA — foto ilustrativa Exportações de máquinas para os EUA — foto ilustrativa

A indústria de máquinas e equipamentos brasileira registrou um crescimento de 11,2% em setembro, comparado ao mesmo mês de 2024. Este resultado, divulgado pela Abimaq, ocorreu apesar da imposição de uma tarifa de 50% pelo Governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.

A Receita líquida alcançou R$ 27,2 bilhões, representando um aumento de 2% em relação a agosto. Segundo a Abimaq, este desempenho reflete o aquecimento dos investimentos em bens de capital no Brasil. Embarques para outros destinos compensaram as perdas no mercado americano, que é um dos mais afetados pelas novas tarifas.

Impacto das tarifas americanas nas exportações

A queda nas exportações de máquinas para os Estados Unidos em setembro foi de 13,1% em relação ao ano anterior. No acumulado do ano, a retração de 8,2% nas vendas para os EUA e a queda de 2,2% nos preços médios internacionais foram neutralizadas pelo aumento no volume físico exportado (+2,8%) e pelos embarques para outros mercados (+3,3%).

Em setembro, houve um aumento de 18,2% na receita com vendas domésticas, enquanto as exportações, impactadas pelas tarifas de Trump, subiram apenas 1,8% em dólares, totalizando US$ 1,3 bilhão. Em reais, as exportações caíram 4,7%, somando R$ 7,1 bilhões.

Analisando a variação mensal (agosto para setembro), as vendas internas apresentaram alta de 1,4%, e os embarques avançaram 5,1% em dólares, resultando em um aumento de 3,8% em reais.

Desempenho acumulado no ano e capacidade instalada

Desde o início do ano, a receita líquida da indústria de bens de capital mecânicos atingiu R$ 227,7 bilhões, um aumento de 10,8% em comparação com os primeiros nove meses de 2024. As vendas internas cresceram 13,4%, chegando a R$ 173,1 bilhões, enquanto as exportações, em US$ 9,6 bilhões, mantiveram-se estáveis, com alta de 0,2%.

A capacidade instalada da indústria de máquinas e equipamentos atingiu 79,1% em setembro, 2,4 pontos percentuais acima do registrado no ano anterior. O setor empregou 426 mil trabalhadores em setembro, representando a criação de 28,4 mil vagas em um ano.

Participação dos EUA nas exportações brasileiras

Desde janeiro de 2024, a participação dos Estados Unidos nas exportações brasileiras de máquinas e equipamentos caiu de 31% para 21%. A queda, comparada a agosto, quando as tarifas já estavam em vigor, foi de 10%. As maiores reduções foram observadas nos embarques de componentes (-28,9%), máquinas agrícolas (-20,6%) e máquinas para a indústria de transformação (-18,5%).

Crescimento das importações chinesas

Os investimentos em máquinas e equipamentos no Brasil registraram alta de 9,6% em setembro, totalizando R$ 35,7 bilhões. No acumulado do ano, esses investimentos cresceram 13,2%, alcançando R$ 316 bilhões. As importações representaram 45% do consumo nacional, um índice similar ao de 2024.

Cerca de um terço das máquinas importadas (32%) provém da China, quase o dobro da participação de dez anos atrás (16,6%). As compras de máquinas fabricadas no Brasil aumentaram 18,2%, totalizando R$ 20 bilhões, enquanto as importações em dólares subiram 8,4%, atingindo US$ 2,8 bilhões em setembro.

Na comparação mensal, as compras de máquinas no Brasil cresceram 3,7% frente a agosto, enquanto as importações de bens de capital nacionais avançaram 1,4%. As importações totais apresentaram alta de 8,1%.

Fonte: Estadão

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