Expectativas de Inflação Longe da Meta, Apesar do Arrefecimento, Diz Diretor do BC

Expectativas de inflação arrefeceram, mas ainda estão longe da meta, diz diretor do BC. Veja a análise sobre PIB e câmbio.
Nilton David, diretor de política monetária do Banco Central, aponta cenário de expectativas de inflação distantes da meta. Nilton David, diretor de política monetária do Banco Central, aponta cenário de expectativas de inflação distantes da meta.

As expectativas de inflação apresentaram um arrefecimento considerável nos últimos meses, mas ainda se mantêm distantes do centro da meta estabelecida pelo Banco Central (BC) e acima do intervalo de tolerância. A declaração foi feita por Nilton David, diretor de política monetária do BC, durante um evento na Câmara Espanhola.

David projetou que, para o ano corrente, tanto o BC quanto o Mercado, refletido no relatório Focus, preveem uma inflação de 4,8%. No entanto, ele observou que, em horizontes mais distantes, essas projeções tendem a se descolar.

Nilton David, diretor de política monetária do Banco Central
Nilton David, diretor de política monetária do Banco Central, aponta cenário inflacionário.

Moderação no PIB e Índice de Angústia

Após um período de quatro anos com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado, o BC projeta uma moderação nessa expansão. Segundo David, embora essa desaceleração não seja expressiva, ela será suficiente para direcionar a trajetória inflacionária para mais perto da meta.

O diretor também destacou que o chamado “índice de angústia”, que combina dados de inflação e desemprego, atingiu o menor patamar de sua série histórica. Isso ocorre mesmo diante de uma inflação que, conforme mencionado, permanece acima do intervalo de tolerância.

Desempenho do Câmbio e Sazonalidade

Em relação ao desempenho do câmbio, que tem sido objeto de discussão por apresentar um comportamento atípico neste ano, David explicou que a situação atual reflete, em parte, a reversão de movimentos incomuns ocorridos no ano anterior. Ele afastou preocupações com uma sazonalidade exagerada no fim de ano.

“Nos últimos cinco anos não houve sazonalidade de fim de ano. Historicamente, também não existe isso. Há uma sazonalidade mais entre agosto e outubro, quando o real tende a se depreciar um pouco, mas é sutil, não é nada de outro mundo”, afirmou.

A análise do Banco Central sobre a inflação e suas expectativas é crucial para a definição da política monetária e para as decisões futuras sobre a taxa Selic. A convergência para a meta é um dos principais objetivos da instituição para garantir a estabilidade econômica do país.

Fonte: Valor Econômico

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