EUA Culpa Judiciário Brasileiro por Tarifas de 50% em Reunião Chave

EUA culpa Judiciário e censura por tarifas de 50% ao Brasil. Representante comercial Jamieson Greer detalha preocupações em véspera de reunião diplomática chave.
Tarifas EUA Brasil — foto ilustrativa Tarifas EUA Brasil — foto ilustrativa

O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, atribuiu nesta quarta-feira (15) as tarifas de 50% impostas ao Brasil a preocupações com o Estado de Direito no país, classificando decisões judiciais como atos de censura e violações de direitos humanos.

Contexto da Reunião entre EUA e Brasil

A declaração de Greer antecede um encontro crucial entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, o Secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o próprio Greer. A reunião visa discutir as complexas relações comerciais e diplomáticas entre as duas nações.

Detalhes das Tarifas de Importação

Greer explicou que duas sobretaxas estão em vigor. Uma tarifa recíproca de 10% se aplica a todos os países, enquanto uma taxa adicional de 40% foi justificada por motivos políticos específicos para o Brasil. Cerca de 700 produtos brasileiros estão sujeitos a essas exceções tarifárias.

“Há uma tarifa de 40% sobre o Brasil, que está em vigor sob uma emergência separada, relacionada a sérias preocupações com o Estado de Direito, censura e direitos humanos no Brasil. Um juiz brasileiro assumiu para si a autoridade de ordenar que empresas americanas se censurem, emitindo ordens secretas para controlar o fluxo de informações”, afirmou Greer, aludindo indiretamente a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, discute tarifas impostas ao Brasil em Washington.
Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, discute tarifas impostas ao Brasil em Washington.

Preocupações Políticas e Detenções

O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reforçou o caráter político da tarifa, citando preocupações com o tratamento dado a opositores políticos no Brasil e a detenção de cidadãos americanos. Bessent fez referência à detenção do ex-assessor de Donald Trump, Jason Miller, que prestou depoimento no Brasil em 2021.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro trouxeram ao Governo americano a questão dos mandados de prisão emitidos pelo ministro Alexandre de Moraes contra Flávia Magalhães, brasileira com cidadania americana.

Tensão Diplomática em Meio a Reuniões

As declarações ocorrem em um momento de aparente distensão nas relações EUA-Brasil, com a visita do chanceler brasileiro a Washington. O deputado Eduardo Bolsonaro também se encontra na capital americana para reuniões no Departamento de Estado e na Casa Branca, onde deve reforçar o apelo por uma anistia a Bolsonaro e outros investigados.

O governo brasileiro, no entanto, tem reiterado que a agenda principal da reunião com os Estados Unidos se restringe a questões comerciais, descartando a discussão de temas políticos internos.

Na semana passada, o presidente Lula conversou com Donald Trump por telefone, sem que as questões políticas fossem abordadas. Lula descreveu a conversa como produtiva, focada em “uma indústria petroquímica”.

Fonte: Folha de S.Paulo

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