O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram a criação do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado. A iniciativa visa articular ações conjuntas entre as forças de segurança Estaduais e federais para combater o Comando Vermelho, principal facção criminosa atuante na capital Fluminense.
Contexto da Operação no Rio
O anúncio ocorreu um dia após uma megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em mais de 120 mortes, tornando-se a ação mais letal da história do Rio. Durante reunião no Palácio Guanabara, Castro e Lewandowski discutiram a possibilidade de uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mas o governador descartou a necessidade de solicitar essa medida ao governo federal.
Apoio Federal e Medidas Adicionais
O ministro Lewandowski destacou outras medidas de apoio do Governo federal, como o reforço de 50 agentes na Polícia Rodoviária Federal e o aumento do efetivo de inteligência no estado. Ele também mencionou a disponibilização de vagas em presídios federais e a Convocação de peritos para auxiliar nas investigações, apesar da crise orçamentária enfrentada pelo governo federal.
Diferenciação de Terrorismo e Crime Organizado
Lewandowski aproveitou para diferenciar o conceito de terrorismo do crime organizado, divergindo da terminologia “narcoterrorismo” usada por autoridades estaduais para se referir ao Comando Vermelho. Segundo o ministro, o terrorismo envolve motivações ideológicas, enquanto as facções criminosas atuam com fins lucrativos, principalmente no tráfico de drogas e outras atividades ilícitas. O ministro da Fazenda, por exemplo, tem defendido abordagens distintas para crimes comuns e de natureza política.
Próximos Passos e Legislação
Por fim, o ministro afirmou que o Escritório Emergencial é um passo inicial para a futura PEC da Segurança Pública, que ainda será votada no Congresso, e que um projeto de lei para aumentar as penas contra crimes relacionados a facções criminosas já foi apresentado. A articulação entre poderes é fundamental para a segurança pública no país, como demonstram debates sobre reformas no sistema judiciário e medidas de combate à corrupção.
Fonte: InfoMoney