O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em negociações avançadas com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e bancos privados para a obtenção de um empréstimo de R$ 20 bilhões destinado a socorrer os Correios. A operação, com garantia do Tesouro Nacional, está atrelada à implementação de um plano de reestruturação da empresa.


A necessidade de capital é urgente: R$ 10 bilhões são requeridos para 2025 e outros R$ 10 bilhões para 2026. Esses fundos serão aplicados em capital de giro e no custeio de medidas de ajuste, que incluem programas de Demissão voluntária, reformulação do plano de saúde e renegociação de passivos.
Plano de Reestruturação e Necessidade de Capital
O Empréstimo em discussão visa cobrir as necessidades de caixa para o ano corrente, mas o valor total e as condições finais ainda estão sendo definidos. O Tesouro Nacional não descarta a possibilidade de um aporte complementar, dependendo do espaço fiscal disponível.

A discussão sobre o socorro financeiro aos Correios ganhou força após a recente troca no comando da empresa. Emmanoel Schmidt Rondon, um técnico com carreira no Banco do Brasil, assumiu a presidência com o objetivo de reestruturar a companhia.
Desempenho Financeiro Preocupante
Os Correios enfrentam uma situação financeira crítica, evidenciada pelo prejuízo de R$ 2,64 bilhões registrado no segundo trimestre de 2025, um valor quase cinco vezes superior ao do mesmo período de 2024. No primeiro semestre, o rombo acumulado atingiu R$ 4,37 bilhões.

Essa performance levou à aceleração das negociações para um novo empréstimo, que deve incluir bancos privados como BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil, já credores dos Correios em uma operação anterior.
Renegociação de Dívidas e Novas Condições
O novo presidente Rondon teve como primeira tarefa a renegociação de um empréstimo de R$ 1,8 bilhão contratado no início do ano. O contrato original continha cláusulas restritivas que, devido ao aumento de custos com sentenças judiciais, poderiam levar à cobrança antecipada de parcelas, criando um risco de falta de liquidez para cobrir a folha de pagamento.
As novas condições acordadas preveem juros mais altos, mas com o pagamento da primeira parcela em janeiro de 2026, aliviando a pressão de curto prazo. A reestruturação mais ampla busca reduzir os custos fixos anuais, que variam entre R$ 20 e R$ 25 bilhões, e explorar novas fontes de receita a partir de 2027.
Fonte: Folha de S.Paulo